<p>Este artigo pretende analisar a interface entre direitos trabalhistas e a lógica do “dom” e da “dívida”, nas relações de trabalho, em um grupo de oficinas mecânicas da cidade de Pelotas-RS. Nessa perspectiva, o estudo procura reconstruir a história da legislação trabalhista, vinculada à luta dos trabalhadores, e articula a presença de tais direitos com a permanência de determinadas lógicas tradicionais, com base em laços de pessoalidade entre empregados e patrões. Tendo como referência o grupo investigado, analisa, a partir dos anos 1990, de que maneira as transformações advindas da “reestruturação produtiva” impactaram sobre essas relações e, de que forma, sob o ponto de vista dos “direitos”, tornou-se cada vez mais insuficiente a dicotomia formalinformal como representação dos arranjos contratuais e das relações de trabalho.</p>
Resumo: O objetivo deste artigo é compreender a elaboração de novos desenhos identitários em uma categoria de ofício que experimenta um momento de intensificação dos processos de racionalização do trabalho e da empresa. Trata-se de analisar as transformações do ofício do mecânico em face da reestruturação da indústria da reparação automotiva, que se intensificou a partir dos anos 1990. Neste texto, pretende-se examinar o "campo da oficina" em um contexto no qual o mercado demanda novas competências profissionais e novas posturas empreendedoras. Busca-se verificar, a partir de um estudo de caso na cidade de Porto Alegre (RS), de que maneira os sujeitos que atuam no segmento têm resistido e/ou negociado com tais exigências, "reparando" as suas identidades.Palavras-chave: identidade, racionalização, ofício, mecânico, indústria da reparação automotiva. IntroduçãoA nova configuração da indústria da reparação automotiva tem trazido diferentes oportunidades para os sujeitos que atuam no setor, assim como uma série de dramas. A reestruturação do segmento, que ocorreu a partir dos anos 1990, favoreceu a constituição de um novo perfil de trabalhador e de empresário no "campo da oficina".Nos últimos anos, muitos profissionais do setor têm sofrido com os processos de desclassificação de suas qualificações, o que envolve tanto dimensões técnicas como sociais. Em um momento de demanda por saberes abstratos, capazes de lidar com as novas tecnologias, os mais escolarizados utilizam seus títulos como garantia de autoridade e sinais de competência, buscando impor sua superioridade em relação aos "práticos".O momento também é de tensão e resistência com relação à intensificação da separação entre o técnico e o empresário. Em decorrência da expansão da frota veicular que se seguiu à reestruturação produtiva da indústria automotiva, os serviços de pós-venda tornaram-se economicamente mais relevantes. Como resultado, foram atraídos para o ramo atores que não dominam o ofício de reparador, mas que têm interesse em
O propósito deste artigo é desenvolver uma reflexão sobre a natureza dos saberes associados ao trabalho, considerando as especificidades dos conhecimentos tácitos que compõem os ofícios. A partir do caso dos mecânicos automotivos da cidade de Porto Alegre (RS), observa-se de que maneira o ingresso na profissão de homens provenientes de instituições de ensino altera os modos de vida e trabalho imperantes. Indica-se que as transformações recentes no ofício ocorrem tanto no plano técnico como no cultural. Analisam-se, na indústria da reparação automotiva, as interfaces entre a admissão dos mais escolarizados, as transformações nos saberes e a presença do discurso do empreendedorismo.
Este artigo traz uma análise das relações de gênero e de trabalho na área de Tecnologia da Informação (TI) na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A partir das questões analisadas, atenta-se para a importância de um recorte de gênero em um campo majoritariamente dominado por homens e caracterizado por exigências tidas como masculinas — liderança, determinação, autonomia —, apresentando-se, assim, um perfil de profissional que reforça a divisão sexual do trabalho, fato expresso pelo baixo número de mulheres no mundo do trabalho da TI. A pesquisa foi realizada ao longo dos anos de 2017 e de 2018, desenvolvida junto a estudantes, a trabalhadores e a empreendedores do setor, bem como entre representantes das principais instituições que fomentam o empreendedorismo na cidade de Santa Maria.
Resumo: A finalidade deste artigo é analisar o debate teórico envolvendo os temas da economia solidária e do empreendedorismo. Busca-se responder às seguintes indagações:Quais os fundamentos epistêmicos das noções de empreendedorismo e de economia solidária? Estas perspectivas podem ser associadas, respectivamente, aos princípios liberais e socialistas? Quais elementos aproximam e quais diferenciam ambos os pressupostos?Tais questionamentos tem como base histórica a conjuntura de reconversão produtiva que, a partir dos anos 1970, como saída para a crise da sociedade salarial, fortalece, por um lado, a economia solidária e, por outro, o empreendedorismo. Palavras-chave:Crise da sociedade salarial. Economia solidária. Empreendedorismo. Abstract:The central issue of the article is to analyze the debate about solidarity economyand entrepreneurship. The aim of this study is to answer the following questions: Which are the epistemic basis of entrepreneurship and solidarity economy ideas? Could such principles to be associated with liberalism and socialism respectively? Which elements approach and which one distinguish both assumptions? These questions have as historical basis the process of production restructuring, from 1970. Since then, as an exit from wage society crisis, it has been strengthened, on the one hand, the solidarity economy, on the other hand, the entrepreneurship.
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