Os eventos, polêmicas, debates e publicações decorrentes do centenário da Semana de Arte Moderna, realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, têm constituído um foco central da vida artística e intelectual deste ano de 2022. O presente número da Revista FronteiraZ intervém nesse contexto com um conjunto significativo de materiais: um dossiê de artigos, reproduções de textos de importância histórica, uma entrevista com o Prof. Dr. Ivan Marques e três resenhas de livros recém-lançados e que buscam reinterpretar elementos fundamentais do modernismo brasileiro. A seu modo, FronteiraZ absorve nesta edição um pouco da própria diversidade das modalidades expressivas do movimento cujo principal marco histórico faz cem anos para refletir sobre algumas de suas questões centrais. De modo complementar, os temas abordados repõem essa diversidade, pois são contemplados o romance, a poesia, o documentário, as artes plásticas, o jornalismo, a revisão de pontos centrais do movimento, bem como a relativização do aspecto fundacional e exclusivista que eventualmente possa ser atribuída (ainda) a São Paulo. O artigo Concepção e diversidade do romance modernista: uma perspectiva para o caso brasileiro, de Daniel Reizinger Bonomo, faz uma revisão do conceito de romance modernista na literatura brasileira a partir da problematização da dicotomia entre uns poucos romances experimentais da década de 1920 e os procedimentos do romance realista. Afinado com o debate europeu sobre o tema, defende a hipótese de que há continuidade e convívio, sempre tensionados, entre os romances realista e modernista, e não uma ruptura abrupta e definitiva. Para ampliar, então, a noção de Revista FronteiraZ -nº 29 -dezembro de 2022
O texto que se segue é uma introdução à reprodução de quatro documentos do modernismo brasileiro que, salvo engano, são republicados pela primeira vez: “Os novos do Piauí”, de J. J. Gomes Sampaio (pseudônimo de Gilberto Freyre), de 1926; “Os jacarés inofensivos” e “Convalescença”, ambos de Mário de Andrade, de 1923; e “Um concurso futurista”, página anônima da revista A Pilhéria, que, em 1925, trazia uma sátira do “Futurismo”. Esses textos buscam contribuir para suprir algumas lacunas na história do modernismo brasileiro. Ressalte-se, então, a importância da ideia de grupo, mesmo que pela invenção de um falso grupo, além de documentar a atividade modernista de Freyre nos anos 1920; balanços e reflexões do ano de 1923, geralmente considerado um período pouco produtivo do movimento; e a difusão nacional das ideias modernistas/de vanguarda. Essas últimas recebiam, por vezes, respostas satíricas que se tornaram, paradoxalmente, parte da estética que buscavam combater.
Tomando como punto de partida el momento de reevaluación del modernismo brasileño propiciado por el centésimo aniversario de la Semana de Arte Moderna, ocurrida en 1922, este texto busca detenerse en la lógica interna del movimiento y en sus posibles aproximaciones comparativas. Así, elementos centrales identificados en el modernismo brasileño, como la descentralización literaria, la construcción de marcos históricos y la creación de prismas a partir de grupos, son estudiados en la primera parte del texto, y, en la segunda, estos se abren hacia el horizonte latinoamericano. Para desarrollar esta hipótesis, en este segundo momento, se estudia la lógica interna de un contexto aparentemente bastante diferente del brasileño, que es el caso de la vanguardia chilena, y, específicamente, la posición de Vicente Huidobro.
As relações de Antonio Candido com o modernismo brasileiro são conhecidas, embora o seu significado, no âmbito da teoria literária, ainda esteja em aberto. A proposta deste ensaio é acompanhar não somente a vinculação dele com o movimento modernista, sobretudo o de São Paulo, mas também o modo como ele desdobrou com originalidade própria o núcleo estético desse movimento em um núcleo crítico e teórico, mediado pela figura intelectual de Mário de Andrade. Com esse fim, a ideia de formação será pensada aqui como o resultado de uma depuração de seu comprometimento e estudo do modernismo, e que pode, a partir de um retorno à matriz inicial de sua elaboração, transformar-se em uma perspectiva nova de leitura tanto da obra de Antonio Candido quanto da noção de modernismo.
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