O objetivo deste trabalho foi analisar os dados da agroindústria rural (AGR) do Censo Agropecuário 2017, de forma a construir um perfil das experiências no Brasil, nas macrorregiões e nos dois tipos de agriculturas (familiar - AF e não familiar - ANF). A metodologia utilizada foi quantitativa, se utilizando dos dados sobre agroindústria rural do Censo Agropecuário 2017, obtidos no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir do Sistema Automático de Recuperação de Dados (SIDRA). Os resultados e conclusões apontam para um perfil de AGRs mais presente nos estabelecimentos da AF, embora os maiores valores de produção e de venda estejam na ANF. As AGRs da AF possuem maiores valores de sua produção que é autoconsumida pelas famílias e menores escalas de produção em relação as AGRs da ANF. A Região Nordeste é a que possui maior número de AGRs, nos dois tipos de agriculturas, enquanto o Sudeste possui maiores valores de produção e de vendas e o Sul maior autoconsumo. Dada a importância da atividade das agroindústrias para o fornecimento de alimentos saudáveis e sustentáveis aos consumidores, caberia ao Estado destinar mais apoio com políticas públicas a estas inciativas, no sentido de aumentar sua autonomia de gestão, gerar mais ocupações e renda e construir melhores mercados para as experiências.
A modernização da agricultura foi o paradigma que orientou a oferta agrícola desde os anos 1970. Baseou-se na tecnologia para aumentar a produtividade das áreas e culturas; contudo, gerou graves problemas sociais (por exemplo, migração rural-urbano) e degradação ambiental com a forma como foi implantada no campo. Já do lado do consumo e da distribuição dos alimentos, tem-se um sistema alimentar concentrado em torno de grandes corporações agroindustriais, com cadeias longas de distribuição que ofertam produtos (ultra)processados que têm gerado várias doenças alimentares não transmissíveis (Dants) entre os consumidores e que não se preocupam com a sustentabilidade ambiental de suas práticas, como auxiliar a cumprir os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) (Ploeg, 2008;Santos, 2008;Siliprandi, 2015).Diante desse quadro, questionável por vários ângulos, surgem alternativas de produção-distribuição-consumo que se mostram mais sustentáveis frente aos 1. Este capítulo é parte dos resultados de atividades de pesquisas previstas no projeto Mercados Alimentares Digitais no Brasil: Inovações, Dinâmicas e Limites das Experiências de Comercialização Online de Alimentos da Agricultura Familiar no Contexto da Pandemia da Covid-19 financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através da Chamada n o 04/2021 (Processo n o 303942/2021-5). 2. Doutor em desenvolvimento rural; professor titular na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR)/UTFPR; líder do grupo de estudos e pesquisas em desenvolvimento, alimentação, mercados e políticas públicas (GePPADeM); e membro do grupo de estudos e pesquisas em agricultura, alimentação e desenvolvimento (Gepad) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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