Este artigo pretende discutir a condição social de policiais militares em fase de tratamento psicológico. Os sujeitos desta pesquisa estão em situação institucional de afastamento de suas funções laborativas para realização de atendimento clínico. O artigo está fundamentado em um trabalho de campo, no setor responsável pelo atendimento, e em entrevistas em profundidade com policiais militares, realizadas dentro e fora do contexto de interação simbólica no Centro Biopsicossocial da Polícia Militar do Ceará. Buscamos, neste caso, compreender como as experiências do medo, sofrimento e adoecimento são construídas por intermédio das percepções de nossos interlocutores. Deste modo, as narrativas policiais sobre o trabalho são explicitadas pela expressão simbólica do medo, entendido como produção social da indiferença, diante do jogo de atributos, segundo o qual coragem, valentia e a condição de “matador” se impõem sobre o destino social dessa categoria. Tal condição é refletida tanto pelo medo que provocam nas pessoas civis, enquanto “autoritários e violentos”, quanto pelo medo que sentem com o risco de perder a vida em ações violentas diárias. Quer-se, enfim, entender como esse sentimento perpassa o segmento social dos policiais militares, e de que forma seu significado moral e a maneira como se expressa, simbolicamente, revelam o funcionamento de um universo ocupacional, a partir de seus processos interativos, que levam ao adoecimento da pessoa na PM.
Este artigo discute etnograficamente como estilos de patrulhamento policial interferem na situação de interpelação e resposta que envolve a interação entre policiais e moradores em espaços urbanos. Analisa como a condição de morador é mobilizada por policiais militares de uma área do Programa de Policiamento Ronda do Quarteirão, na cidade de Juazeiro do Norte, no sul do Ceará. Essa experiência de policiamento comunitário, nomeada como sendo “a polícia da boa vizinhança”, agrega, também, elementos de policiamento ostensivo convencional e nela os moradores são moralmente classificados pelos policiais em diversos rótulos, como revela o uso da oposição entre os termos “vagabundo” e “cidadão de bem”. Essas maneiras policiais de falar sobre moradores compõem agenciamentos de poder que atribuem formas de subjetividade aos moradores. O significado da “aplicação da lei” torna-se polissêmico, na medida em que os moradores são afetados por esses rótulos, sendo validados, revalidados, selecionados ou ignorados em cada situação.
Este artigo discute etnograficamente como estilos de patrulhamento policial interferem na situação de interpelação e resposta que envolve a interação entre policiais e moradores em espaços urbanos. Analisa como a condição de morador é mobilizada por policiais militares de uma área do Programa de Policiamento Ronda do Quarteirão, na cidade de Juazeiro do Norte, no sul do Ceará. Essa experiência de policiamento comunitário, nomeada como sendo “a polícia da boa vizinhança”, agrega, também, elementos de policiamento ostensivo convencional e nela os moradores são moralmente classificados pelos policiais em diversos rótulos, como revela o uso da oposição entre os termos “vagabundo” e “cidadão de bem”. Essas maneiras policiais de falar sobre moradores compõem agenciamentos de poder que atribuem formas de subjetividade aos moradores. O significado da “aplicação da lei” torna-se polissêmico, na medida em que os moradores são afetados por esses rótulos, sendo validados, revalidados, selecionados ou ignorados em cada situação.Palavras-chave: Polícia da Boa Vizinhança. Mandato Policial. Condição de Morador. REDEFINING THE CONDITION OF RESIDENT: classifications of the customers in daily police work and their consequences for the relationship between the police and population Wendell de Freitas Barbosa Leonardo Damasceno de Sá This article discusses ethnographically how police patrol styles interfere in interpellation situations and responses that involve the interaction between police and residents in urban areas. It analyzes how the resident’s condition is mobilized by military police from an area covered by the Round the Block Policing Program, in the city of Juazeiro do Norte, south of the state of Ceará. This experience of community policing, called “the good neighborhood police,” also employs conventional elements of ostensible police work and the residents of this community are morally classified by the police in various labels, represented by the opposition between “bum” and” good citizen.” These police ways of talking about residents are intermediations of power that attribute subjective forms to residents. The meaning of “law enforcement” becomes polysemic, in that residents are affected by these labels, and are validated, revalidated, selected or ignored in every situation. Keywords: Good neighborhood police. Police work. Resident condition. REDÉFINITIONS DU STATUT DE RÉSIDENT: les classifications de clientèles dans le mandat de police quotidien et leurs conséquences dans les relations entre la police et la population Wendell de Freitas Barbosa Leonardo Damasceno de Sá Cet article montre, dans une conception ethnographique, combien les manières d’intervenir des patrouilles de police interfèrent lors des interpellations et des réponses qui ont lieu dans l’interaction entre la police et les habitants au sein de l’espace urbain. On y analyse comment les personnes, en tant qu’habitants, sont mobilisées par les forces de police militaire dans le cadre du Programme de Rondes de Police de Quartier dans la ville de Juazeiro do Nord située dans le sud de l’Etat du Céara. Cette expérience de police communautaire, appelée aussi “police de quartier ou de bon voisinage” ajoute également des éléments ostensibles de maintien de l’ordre conventionnel où les habitants sont moralement classés par les policiers sous diverses étiquettes comme le montre l’utilisation de termes qui s’opposent, tels que “vaurien” et “homme de bien”. Ces manières de parler des habitants constituent des assemblages de pouvoir qui attribuent une subjectivité aux habitants. Le sens de “faire valoir la loi” devient polysémique dans la mesure où les habitants sont marqués par ces étiquettes qui peuvent être approuvées, ré-approuvées, sélectionnées ou ignorées dans chacun des cas. Mots-clés: Police de Quartier ou de Bon Voisinage. Mandat de Police. Statut de Résident. Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br
Este artigo discute as formas da experiência social na fronteira franco-brasileira. A partir da ideia heurística de terceira margem, pensa a fronteira como lugar de deslocamentos e tensões. Baseado em trabalho de campo etnográfco, descreve e analisa as atividades de garimpagem e comércio do ponto de vista dos atores sociais. O objetivo é realizar uma primeira aproximação do campo, discutindo fronteira como ferramenta analítica. Percebe-se como principal conclusão que as dimensões morais e simbólicas estão conectadas com as atividades propriamente socioeconômicas, que a vida social na fronteira franco-brasileira exige uma abordagem de suas múltiplas realidades.Palavras-chave: Amapá. Guiana Francesa. Fronteira franco-brasileira. Garimpo. Comércio.THE THIRD MARGIN OF THE OIAPOQUE RIVER: COMMERCE AND MINING IN THE BRAZILIAN-FRENCH BORDERAbstractThis article discusses the forms of social experience on the Franco-Brazilian frontier. From the third-margin heuristic idea, it thinks of the frontier as a place of displacements and tensions. Based on ethnographic fieldwork, it describes and analyzes the activities of garment and trade from the standpoint of social actors. The objective is to make a first approximation of the field, discussing frontier as an analytical tool. It is perceived as the main conclusion that the moral and symbolic dimensions are connected with the activities properly socioeconomic, that the social life in the French--Brazilian border requires an approach of its multiple realities.Keywords: Amapá. French Guiana. French-Brazilian border. Mining. Trade.
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