Introdução: A Paralisia Periférica de Bell é uma patologia que acomete o nervo facial (VII)¹ de maneira repentina promovendo principalmente paralisação da musculatura da face de forma unilateral², temporária ou definitiva. Tem maior incidência em mulheres na sétima década de vida e em gestantes¹, que pode ser ocasionada por infecções virais, como pelo herpes vírus¹. Como sintoma mais comum, tem-se a paralisia de apenas um lado da face, podendo ocorrer rigidez na hemiface comprometida, ausência de linhas de expressão e elevação da comissura labial⁴. Associado a estes fatores, o paciente pode relatar perda do paladar³, hiperacusia¹, dor atrás do olho e dificuldade na mastigação³. O diagnóstico desta patologia é clínico¹. No entanto, são necessários exames complementares como a ressonância magnética de encéfalo, que irá mostrar um aumento significativo na captação de estímulos pelo nervo facial, e a eletroneuromiografia (exame padrão-ouro) que determinará o prognóstico ao comparar o lado afetado e o correspondente¹. Na fase inicial da doença utiliza-se tratamentos medicamentosos, sendo o mais frequente o corticosteróide¹. Há alguns anos, a toxina botulínica vem sendo utilizada como uma alternativa para o tratamento nos casos de persistência da paralisia. Esse tratamento atua inibindo a liberação da acetilcolina, promovendo diminuição ou ausência de contração muscular local de forma temporária³ que ocasionará uma melhora considerável de autoestima e qualidade de vida. Objetivo: O objetivo deste trabalho é evidenciar a melhora clínica e contentamento dos pacientes portadores de Paralisia de Bell que foram tratados com toxina botulínica do tipo A. Materiais e métodos: Para constituir essa revisão bibliográfica foram selecionados artigos científicos utilizando o banco de dados do SciELO, Google Acadêmico, periódicos e revistas através dos descritores Paralisia de Bell, Toxinas botulínicas tipo A, Nervo facial e dermatologia no espaço amostral de 2005 a 2021. Resultados: A partir da análise de três estudos clínicos, 48,4% dos pacientes obtiveram resultados positivos com diminuição da assimetria após um mês de tratamento e 16,8% após seis meses⁵. Com isso, pacientes também relataram melhora significativa no bem-estar social. Houve boa adaptação e adesão ao tratamento, principalmente devido aos poucos efeitos adversos. O efeito, no geral, é de até 6 meses após aplicação⁵. Os efeitos colaterais do uso da toxina botulínica nesse tipo de tratamento são raros. Dor local, hematomas, edema e eventualmente cefaleia podem ocorrer devido à aplicação. A consequência mais importante é a ptose palpebral, que pode surgir de 7 a 10 dias após a aplicação, caso a toxina botulínica seja injetada próximo à borda orbital medial. Conclusão: O uso da toxina botulínica por ser um tratamento pouco invasivo, de recuperação rápida com efeito de até 6 meses de duração, facilita a adesão do paciente, trazendo conforto e satisfação com os resultados. Palavras-chave: Paralisia de bell; toxinas botulínicas tipo a; nervo facial; dermatologia.
Introdução: A fístula arteriovenosa (FAV) é uma comunicação direta entre uma artéria e uma veia, que pode ser de origem artificial, como no caso de acesso para hemodiálise em pacientes com doença renal crônica. As FAV são fonte de diversas complicações, uma delas a trombose, que requer tratamento anticoagulante urgente, sendo infrequente o uso da edoxabana nesses pacientes. Objetivo: Relato e discussão de caso de tratamento com edoxabada de uma trombose venosa profunda em veias axilar e braquial em membro superior esquerdo com presença de FAV prévia não funcionante em paciente com Insuficiência Renal Crônica em pós-operatório tardio de transplante renal. Descrição do caso: Paciente de 42 anos, sexo feminino, nefropata por IgA com hipertensão arterial crônica de longa data com Insuficiência Renal Crônica estágio 5, em pós-operatório tardio de transplante renal. Evolui com clearance de creatinina baixo, pela manutenção dos fatores de risco para insuficiência renal crônica, mas sem mais necessidade das sessões de hemodiálise. Paciente evolui com dor e hiperemia no local da FAV, com exame físico apresentando eritema, empastamento e dor à palpação, levando à suspeita de trombose venosa profunda. Foram solicitados exames laboratoriais e investigação por ultrassom Doppler, com diagnóstico de tromboses nas veias axilar e braquial e tromboflebite da FAV. Optado por tratamento com edoxabana, visto sua segurança em pacientes com clearance de creatinina entre 30 e 50 ml/min/1,73 m2, não possuir interação medicamentosa com tacrolimus (como a varfarina possui) e ser de fácil uso (dose uma vez ao dia). A paciente foi acompanhada mensalmente no ambulatório do Hospital Ipiranga sem complicações após tratamento. Considerações finais: O caso relatado compreende o tratamento com edoxabana de uma trombose venosa profunda em veias axilar e braquial em membro superior esquerdo com tromboflebite de uma FAV por superficialização de basílica. Embora seja um evento relativamente raro na FAV, a trombose é a complicação mais comum, e o diagnóstico é de suma importância pelo alto grau de morbidade em pacientes hospitalizados. O tratamento de escolha deve ser individualizado levando-se em consideração diversos fatores como o quadro clínico do paciente, seus fatores de risco e medicamentos em uso. A edoxabana foi a droga de escolha visto sua segurança em pacientes com baixo clearance de creatinina, não possuir interação medicamentosa com medicamentos em uso pelo paciente e ser de fácil uso. Palavras-chave: fístula arteriovenosa; inibidores do Fator xa; trombose venosa profunda; veia axilar.
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