Por meio das contribuições teóricas do filósofo russo Mikhail Bakhtin, analisaremos neste artigo o papel do leitor nas práticas de leitura no contexto escolar, a fim de que possamos resgatar a postura responsiva e participante dos sujeitos envolvidos no trabalho com o texto ficcional, repleto de significados que não se esgotam entre a palavra escrita e o leitor. O encontro entre a palavra e o sujeito que lê estabelece uma experiência que pode modificar a concepção que ambos têm do mundo e das suas próprias existências.
O texto em tela pretende abordar os conceitos bakhtinianos de dialogismo, polifonia e carnavalização (Bakhtin 1997, 2002, 2013, 2014) em consonância com os escritos de Geraldi (2013), Freitas (2013) e Kraemer (2013), que apontaram a aplicabilidade da arquitetura bakhtiniana no contexto escolar. Para esse fim, apresentamos a possibilidade de um trabalho dialógico com as crônicas musicais de Chico Buarque como forma de estimular a leitura crítica dos alunos e sua responsividade, subvertendo as relações hierárquicas na sala de aula, configurando um processo de carnavalização. Nesse sentido, o presente trabalho pretende constituir-se como subsídio teórico-metodológico para os professores de língua portuguesa da educação básica.
Neste artigo buscamos estabelecer aproximações entre duas distintas culturas: a do Século XIX e a do Século XXI, a partir da análise do conto de Machado de Assis, “Teoria do Medalhão”. Para isso, buscamos o diálogo do texto machadiano com a crítica literária contemporânea através das reflexões de Guy Debord na obra Sociedade do Espetáculo, de Paula Sibília em O Show do Eu: a intimidade como espetáculo e de Mikhail Bakhtin com o conceito de “grande tempo” em tradução de Paulo Bezerra. Por meio dessa interlocução, visamos ampliar a construção de sentidos na leitura literária e encontrar a atualidade do conto machadiano dois séculos depois de sua criação.
O artigo busca entender o uso do gênero da literatura digital hiperconto como objeto de aprendizagem para o ensino da leitura literária e a formação do leitor literário na educação básica. Espera-se, a partir das análises propostas neste texto, obter uma reflexão acerca das relações estabelecidas entre a mudança de suporte textual e o surgimento de uma literatura digital dirigida ao público infantojuvenil, bem como que fique nítido que os novos suportes textuais digitais estão ligados ao surgimento de uma linguagem marcada pela hipertextualidade e pela hipermidialidade. Em seguida, procura-se mostrar que os exemplares de criação literária decorrentes da tecnologia digital encontrados na web são ótimas oportunidades para aproximar os estudantes da linguagem literária, do fazer literário.
O artigo busca um diálogo entre os pressupostos freirianos sobre a docência presentes, sobretudo, em Pedagogia do oprimido, Pedagogia da autonomia e Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar, o conceito de antropofagia cultural – inspirado na antropofagia Oswaldiana – e a categoria conceitual de Mikhail Bakhtin sobre a carnavalização. Foram investigados, por meio de uma leitura crítica advinda de uma pesquisa bibliográfica, os desafios e as perspectivas na docência da área de Letras em cotejo com os autores escolhidos. Os resultados dessa interlocução apontam que o professor - sujeito cognoscente e pesquisador da sua prática - poderá assumir nessa perspectiva uma posição ativa e responsiva diante das situações concretas que emergem do contexto em que atua, ao subverter algumas práticas recorrentes nas aulas de Literatura, ainda marcadas por concepções bancárias da educação. Desse modo, o presente trabalho pretende constituir-se como apoio teórico-metodológico para subsidiar processos formativos na área de Letras.
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