A síndrome látex-fruta é a forma secundária da alergia mediada pela imunoglobulina E, emque há uma sensibilização decorrente da reatividade cruzada por alérgenos não alimentares -neste caso, o látex - que possuem parte homóloga de moléculas de alimentos (como banana,abacate e abacaxi). A síndrome ocorre, em geral, com o desenvolvimento dahipersensibilidade ou alergia ao látex precedendo a alergia a frutas. As manifestações sãovariáveis, podendo ter acometimento cutâneo, gastrointestinal, respiratório e sistêmico.Dentre os principais grupos expostos e suscetíveis à sensibilização pelo látex, estão osprofissionais da saúde, visto que são expostos ao látex diariamente. Considerando aimportância da temática e déficit de estudos sobre, o objetivo do presente estudo foi avaliara prevalência de manifestações de hipersensibilidade do tipo I associadas à síndromelátex-fruta em profissionais de saúde que trabalham no Centro Universitário de Brasília eHospital Regional da Asa Norte. Foi realizada uma pesquisa do tipo descritiva, transversal ede levantamento no período de 1º de setembro de 2020 a 30 de julho de 2021. Poramostragem de conveniência, foram selecionados 84 profissionais da saúde queresponderam questões referentes às condições sociodemográficas, histórico pessoal efamiliar de hipersensibilidade, perfil de contato com látex, histórico pessoal de reações comlátex e frutas. Observou-se que 54,8% (46) dos participantes trabalha na área da saúde há 10anos ou mais e 44% (37) usa luvas de látex de 6 a 7 dias por semana, sendo que 41,7% (35)utiliza as luvas entre 4 e 8 horas por dia. No que diz respeito aos antecedentes alérgicospessoais associados, o presente estudo apresentou 65,47% (55) de participantes queapresentaram pelo menos uma manifestação alérgica. Em relação aos sinais/sintomasrelacionados ao uso das luvas de látex, os mais comuns foram o ressecamento das mãos(80%), prurido (64,3%) e eritema (23,8%). Sobre a frequência dos sinais/sintomas de acordocom a ingestão de determinadas frutas, os mais comuns foram prurido no palato, língua e/ougarganta (14,3%), e náuseas ou azia (14,3%), seguido de dor e/ou distensão abdominal(10,7%) ao ingerir alguma fruta específica. A fruta mais citada foi abacaxi, sendo seguida debanana e abacate. No contexto das manifestações relacionadas às frutas, 28,57% dosparticipantes que relataram reações alérgicas ao látex também queixaram alguma reação àingestão de frutas. Dessa forma, torna-se essencial a avaliação de profissionais que possuemexposição contínua e prolongada ao látex com teste de puntura tanto para látex quanto paraantígenos alimentares, além de mais estudos e pesquisas sobre o tema.
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