Diante da atual pandemia de Covid-19, foi criada a Ação Estratégica “O Brasil Conta Comigo – Profissionais da Saúde”, direcionada à capacitação e ao cadastramento de trabalhadores da saúde. Alinhada a essa estratégia, foi lançada uma portaria do Ministério da Educação que autoriza a antecipação da colação de grau para profissões da saúde, o que desencadeou uma onda de formaturas antecipadas. O contexto em questão instigou-nos a elaborar um ensaio reflexivo acerca dos problemas que envolvem a antecipação da formação de enfermeiros. As reflexões foram tecidas com base em referenciais teóricos que desvelam o cinismo no discurso governamental em voga. Concluímos que em vez de uma medida resolutiva para amenizar déficit de mão de obra, as iniciativas governamentais representam um retrocesso nos campos da educação e da saúde que inviabiliza a reversão da histórica precariedade nas condições de trabalho na Enfermagem.
A formação em saúde constitui-se na implemetação de diferentes possibilidades pedagógicas, inventivas e potentes na arte do ensinar-aprender. Para que o futuro trabalhador da saúde dialogue integralmente com o cuidado, é fundamental que este se sensibilize, lançando mão de dispositivos que possam (trans)formar suas vivências a partir de um “sensibilizar em saúde”, essencial para a promoção do cuidado humanizado, ampliado nos diferentes contextos de realidade social. Este artigo objetivou relatar as atividades de educação popular desenvolvidas pelos discentes do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Metodista - IPA, a partir de suas inserções em territórios de vulnerabilidade e pobreza extrema, enquanto processo de sensibilização em saúde e promoção do cuidado integral. Trata-se de um relato de experiência de abordagem qualitativa, onde são relatadas as construções pedagógicas de um cuidado coletivo e sensível. A compreensão de como se dá a (des)construção do acadêmico de Enfermagem é fundamental, quando este se depara com construções sociais distintas de sua realidade, sobretudo quando utiliza-se do protagonismo dos indivíduos. Sensibilzar-se, assim, implica rever conceitos e práticas, entrelaçado aos detalhes e características singulares dos territórios e das subjetividades de cada indivíduo envolvido no processo de cuidar.
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