O presente artigo tem como tema as produções musicais populares brasileiras, sobretudo a partir da década de 1970, por meio de um levantamento sobre canções e artistas que versaram sobre afro-religiosidades e seu reconhecimento dentro dos terreiros de religiões de matriz africana. Ao utilizar as canções populares como pontos de umbanda, a musicalidade dos terreiros demonstra ter percorrido uma espécie de via de mão dupla na historiografia sobre música popular brasileira no século XX e XXI, na qual pesquisas indicam que o samba, por exemplo, surgiu em alguns terreiros afro-religiosos. Assim, esta breve análise histórica, tem como objetivo refletir sobre as representações de uma cosmovisão das comunidades de terreiro no campo das manifestações artísticas no Brasil, bem como, as ressignificações dessas artes por esses povos, como estratégias de resistência imbricadas nas singulares formas de manifestação da sacralidade humana através da música.
Recebido: 07/05/2017 Aprovado: 20/10/2017Publicado: 10/12/2017Este artigo tem como objetivo compreender as expressões da oralidade das comunidades de religiões afro-brasileiras, enquanto fontes históricas. Entende-se como narrativas orais, transmissão de saberes, que se constituem a partir das experiências das populações de origem africana dispersas pelo Brasil, traduzidas principalmente em contos, rezas, gestos, dança e música. Como elemento-chave na constituição de uma tradição oral afro-brasileira, essas narrativas tornam-se relevantes para pesquisas históricas porque são entendidas como uma outra forma de expressar as memórias ancestrais, contribuindo, assim, para a produção e transmissão de experiências e práticas culturais entre diferentes gerações. A tradição oral afro-brasileira, enquanto fonte histórica, contribui para o enriquecimento das pesquisas historiográficas, pois revelam outras perspectivas epistemológicas, sobretudo a partir das tensões provocadas pelas percepções do mundo afro-diaspórico, em contraponto à hegemonia da cultura material e escrita, além de conceitos ligados à cultura, de base eurocêntrica, ainda predominantes na sociedade brasileira. Palavras-chave: Tradição oral, memória, religiões afro-brasileiras.
RESUMOEste artigo tem como objetivo analisar os discursos em torno da identidade cultural através das manifestações da música popular em Florianópolis, Santa Catarina, a partir de entrevistas com músicos e participantes das comunidades do samba, enfatizando, principalmente, a questão das formas musicais e melódicas que compunham em meados do século XX. Pautadas na valorização dos antigos instrumentos, na forma como eram confeccionados, nos formatos dos conjuntos, grupos e nos gêneros musicais, estas memórias nos conduzem e nos auxiliam para uma reflexão historiográfica sobre experiências musicais enquanto formas de lazer, de afirmação e representação cultural, aqui se entendendo como linguagens e representações de mundo, tal como esta se configura nos pressupostos teóricos da Historia do Tempo Presente. A música, nesse sentido, se torna um dos agentes formadores dos discursos em torno da identidade cultural das populações que compõe as regiões periféricas urbanas. Palavras-chave: História do tempo presente. Memória. Música popular. Identidade cultural.. ABSTRACTThis paper aims to analyze the discourse about cultural identity through the manifestations of popular music in Florianópolis, Santa Catarina, from interviews with musicians and community participants samba, emphasizing mainly the issue of musical forms and melodic is composed in the mid-twentieth century. Rooted on the valuation of antique instruments, the way they were made, in either of the sets, groups and musical genres, these memories help us and lead us to an historical analysis of musical experiences as ways of pleasure, affirmation and cultural representation to understanding how languages and representantions, as it takes shape in the theoretical assumptions of History of the Present Time. The music in this sense becomes one forming agents discourse around the cultural identity of the people that belong to the outskirts of towns.
do México. É codiretor da revista bilíngue da Asociación Internacional de Historia Oral Palabras y silencios/Words and silence, entre 2002 e 2010; autor, entre outras publicações, de Después de vivir un siglo. Ensayos de historia oral sobre el siglo XX en México (2005) e coordenador, com Patricia Pensado, de Voltear al mundo de cabeza: historias de militancia de izquierda en América Latina (2010).
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