RESUMO: A fissura anal é uma laceração do canal anal relacionada ao trauma, hipertonia esfincteriana e isquemia. A maioria cicatriza espontaneamente ou com tratamento conservador, e poucas requerem tratamento cirúrgico. O objetivo deste trabalho é verificar os resultados clínicos e alterações manométricas de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico da fissura anal com avançamento de retalhos em v-y. Métodos: Estudo prospectivo, realizado nos anos de 2007, 2008 e 2009, que abrangeu nove pacientes portadores de fissura anal crônica submetidos ao avançamento de retalho anal. Foram avaliadas as pressões do canal anal ao repouso, contração e esforço evacuatório; no pré e pós-operatório. Resultados: Na amostra, todos os pacientes apresentaram hipertonia esfincteriana prévia. seis (66,6%) obtiveram resolução total dos sintomas e das lesões. Um (11,11%) sofreu deiscência parcial do retalho, sem sintomas clínicos; e outros dois (22,22%), infecção com perda dos mesmos e persistência da fissura. A análise manométrica das pressões de repouso, contração e evacuação nos grupos não mostrou alteração estatisticamente significativa (p>0,05), o que comprova que a cirurgia não incluiu manipulação dos esfíncteres. Conclusão: Os retalhos anais mostraram-se efetivos no tratamento da fissura anal, com cicatrização da lesão, sem que ocorram alterações nas pressões anais desses pacientes.Descritores: Fissura, manometria, procedimentos cirúrgicos.
Trabalho realizado no Hospital Universitário de Taubaté -UNITAU.Recebido em 27/11/2008 Aceito para publicação em 16/02/2009 INTRODUÇÃO A fissura anal é uma laceração da pele que recobre o canal anal e que se manifesta por dor severa e sangramento vivo. Está relacionada ao trauma (constipação e fezes endurecidas), hipertonia esfincteriana e isquemia (1).Na fase aguda inicial da doença muitas fissuras cicatrizam espontaneamente ou com tratamento conservador (2) e a minoria requer tratamento cirúrgico. As lesões crônicas, com duração maior do que dois meses, com papila anal hipertrófica, plicoma sentinela e exposição do esfíncter interno, quase sempre necessitam de correção cirúrgica (2,3). Na avaliação desses pacientes a manometria anal tem sido utilizada na pesquisa da hipertonia esfincteriana (4,5).O objetivo desse estudo é verificar os resultados clínicos e alterações manométricas em pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico da fissura anal através da utilização de retalhos de avanço em v-y.