Este artigo apresenta parte dos resultados de uma dissertação de mestrado consequente de estudo empírico realizado em um município do sudeste brasileiro. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com trinta e cinco Agentes Comunitários de Saúde (ACS). O objetivo foi investigar a multidimensionalidade da insegurança alimentar sob a ótica dos ACS. Os relatos foram transcritos e seguiram a lógica da análise de conteúdo proposta por Bardin, além da utilização do software Max-qda. Os resultados foram apresentados através de duas categorias: (1) percepções sobre as dificuldades ou facilidades de acesso aos alimentos e (2) complexidade e multidimensionalidade da insegurança alimentar. Os discursos expuseram situações de vulnerabilidades, injustiças e dificuldades vivenciadas pelos habitantes locais que influenciam diretamente na manutenção da insegurança alimentar. A Bioética mostrou-se um campo teórico-prático capaz de corresponder à complexidade da insegurança alimentar dado a amplitude de fatores determinantes e resultantes que abarcaram o cenário do acesso aos alimentos.