Introdução: A violência é considerada um fenômeno que perdura por séculos na sociedade. A elevada incidência de casos de violência durante a infância e adolescência chama atenção em nível nacional e mundial. O objetivo do estudo é analisar a situação epidemiológica da violência sexual na infância no estado de Alagoas no período de 2009 a 2019. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, quantitativa, descritiva e documental. A faixa temporal adotada compreende o período de 2009 a 2019, utilizando as variáveis “faixa etária”, “sexo das vítimas”, “local de ocorrência da violência”, “violência de repetição”, tipo de agressor “desconhecido”, “municípios de ocorrência” e “ano”. Resultados/Discussão: A maioria das violências ocorreram dentro de residências; os autores são pessoas intimamente conhecidas das vítimas e suas famílias. A problemática do preparo, conhecimento dos profissionais, estrutura de rede de apoio, medo e desproteção do profissional autor da notificação diante dos processos legais, a atuação dos Conselhos Tutelares mostrar-se precária, a falta de capacitação, além de atividades, consideradas pelas enfermeiras, de maior relevância, influenciam na subnotificação dos casos. Considerações finais: Identificou-se que a notificação compulsória deve ser entendida como uma das principais etapas para o enfrentamento da violência infantil, pois esses dados epidemiológicos devem ser usados para o planejamento de intervenções de enfrentamento da violência. É importante problematizar os dados disponibilizados a fim de planejar intervenções, como ações preventivas e educativas, contribuindo para uma diminuição nos casos de violência infantil. Tais ações precedem o ato de violação dos direitos e dignidade da criança gerados pelo abuso.