Resumo: O objetivo deste estudo teórico é compreender, por meio do referencial psicanalítico, como o adoecimento psíquico é narrado no conto Amor, presente no livro Laços de família, publicado em 1960 por Clarice Lispector. Em termos metodológicos, recorreu-se à psicanálise como referencial interpretativo, sobretudo a partir do conceito de falso self desenvolvido pelo psicanalista inglês D. W. Winnicott. O falso self, na protagonista Ana, revela-se como um funcionamento psíquico habilidoso para defendê-la da exposição ao verdadeiro self, retirando-lhe o seu gesto espontâneo e o próprio contato com os seus desejos. Em Ana, a revelação propiciada pelo ponto de descida do bonde, em que é forçada a abandonar o que construíra visando à sua autopreservação, é que dispara na personagem a possibilidade de um novo existir, mais autêntico e mais real.
The relations between Psychology and literature have been discussed in academic circles, above all from an interest in problematizing how human can be described and understood not as if it were an exclusive object of a given field, but as an element capable of producing reflectionsthat cross areas, which should promote the effect of bringing them together and not moving away, as we observed in contemporary science and in health training itself. From this gap, the objective of this theoretical study is to reflect on the possible approximations between Psychology and literature, having mental health as its field of application. The framework adopted for this reflection is that of Psychoanalysis, mainly based on the contributions of the English psychoanalyst D. W. Winnicott. From triggering concepts such as identification, transitional object and playing, we problematize how reading, writing and contact with literature can be powerful therapeutic tools for emotional maturation. In the field of health education, despite the distance from professionals in areas such as literature, we recommend that the resumption of this contact may be important in the sense of promoting more humanized care
A todos que um dia viram-se existindo e possibilitaram a existência alheia.O ato de ouvir exige humildade de quem ouve. E a humildade está nisso: saber, não com a cabeça, mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não vemos. Mas isso, admitir que o outro vê coisas que nós não vemos, implica reconhecer que somos meio cegos... vemos pouco, vemos torto, vemos errado.
O objetivo deste estudo teórico é refletir sobre os marcadores da transmissão psíquica no conto “Os laços de família”, de Clarice Lispector, publicado originalmente em 1960. A interpretação ocorreu a partir da psicanálise winnicottiana em diálogo com a psicanálise dos vínculos sociais. A transmissão psíquica emerge como possibilidade de compreender a relação entre a protagonista, sua mãe e seu filho, destacando aspectos não apenas daquilo que é transmitido inconscientemente, mas da transmissão do adoecimento psíquico e da dificuldade em estabelecer vínculos. A transmissão mostra-se um caminho ao qual não se pode recusar. A potência da personagem Catarina reside na tentativa de remalhar, junto ao filho, o que fora comprometido em sua história desde as suas primeiras relações, reavendo falhas ambientais importantes e em direção à resiliência familiar.
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