Ao longo das três décadas de existência, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) tem tratado da integração fronteiriça em diversos órgãos e foros. A partir da criação do Subgrupo de Trabalho n. 18 “Integração Fronteiriça” (SGT-18), em 2015, o tema ganhou espaço em um órgão específico, de cunho permanente e vinculado a uma instância decisória. No contexto do trigésimo ano de celebração do Tratado de Assunção (1991), o objetivo deste trabalho é analisar as atividades do SGT-18, com foco nas discussões e ações em torno dessa agenda temática. A abordagem intenciona examinar seu atual estado de desenvolvimento, considerando o histórico do tema no Mercosul e os desafios para os próximos anos. Para tanto, a unidade analítica prioritária é o SGT-18, considerado um marco na institucionalização dessa matéria na estrutura do Mercosul. O método de pesquisa consistiu em levantamento bibliográfico sobre o tema, a análise qualitativa de fontes primárias geradas na institucionalidade do Mercosul, bem como consultas a informantes-chaves da atuação governamental e da pesquisa acadêmica. Os resultados permitiram concluir que a criação do SGT-18 conferiu certo grau de institucionalidade ao tratamento da integração fronteiriça nos últimos anos e que o ganho de relevância do tema não implicou em mudanças estruturais no modo como tal agenda é encarada dentro do bloco.
As relações externas do Mercosul dispuseram de um cargo/órgão de representação externa a partir do fim de 2010: o Alto Representante-Geral do Mercosul (ARGM). Ele recebeu numerosas atribuições em assuntos intra-Mercosul e nas relações externas. E era estimado como “a cara” do Mercosul no discurso diplomático brasileiro e direcionado a melhorar a projeção do Mercosul. Contudo, sua extinção ocorreu logo no início de 2017, após o conturbado ano de 2016. A partir da compreensão de projetos políticos de construção de região, esse artigo visa ocupar o espaço incipiente sobre o ARGM na pesquisa relativa ao “novo Mercosul” apresentando um estudo da criação à rápida extinção. Sem seguir a via canônica de negociar com terceiros rumo ao livre comércio, as vinculações promovidas nas atividades do órgão nas relações externas eram políticas, muito mais que comerciais. Entrevistas, pesquisas documental e bibliográfica permitem sugerir que a criação e as atividades do ARGM se desenvolveram em direção à América do Sul e em adequação ao “novo Mercosul” até perder tal condição com a vigência de outro projeto político regional, o “Mercosul do século XXI”.Palavras-Chave: Alto Representante-Geral do Mercosul; Novo Mercosul; Relações externas; Mercosul; Regionalismo.
Em 2019, a conclusão das negociações comerciais do acordo entre Mercosul e UE, marcante na dimensão externa do Mercosul, foi noticiada como fim do isolamento do mesmo. Se antes estava isolado e, assim, não havia interações com o exterior, então somente negociações e tratados comerciais podem constituir a dimensão externa dos regionalismos e, especificamente, a do Mercosul? Tal indagação remete a temas menos estudados relativamente na literatura especializada em regionalismo. Com tal relevância, a pesquisa apresentada neste artigo revisou criticamente a literatura mirando a indagação, contemplando aspectos teóricos sobre a dimensão externa e apontamentos históricos relativos ao Mercosul. Assim, alcança uma compreensão ampla de que a dimensão externa dos regionalismos pode abranger, considerando identidade regional, difusão institucional, conexão entre o regional e o global, engajamento das regiões com o resto do mundo. E, nessa abrangência, concebe as relações externas do Mercosul como diversas e bem demasiadamente anteriores a 2019.Palavras-chave: Dimensão Externa; Mercosul; Regionalismo.RESUMENEn 2019, la conclusión de las negociaciones comerciales del acuerdo entre Mercosur y la UE, hito en la dimensión externa del Mercosur, se notició como el fin del aislamiento del mismo. Si antes estaba aislado y, así, no había interacción con el exterior, por lo tanto, ¿sólo pueden negociaciones y tratados comerciales constituir la dimensión externa de los regionalismos y, específicamente, la del Mercosur? Tal indagación se refiere a temas menos estudiados relativamente en la literatura especializada en regionalismo. Con tal relevancia, la investigación presentada en este artículo revisó críticamente la literatura mirando la indagación, contemplando aspectos teóricos acerca de la dimensión externa y apuntamientos históricos relativos al Mercosur. Así, logra una comprensión amplia de lo que la dimensión externa de los regionalismos puede abarcar, teniendo en cuenta identidad regional, difusión institucional, conexión entre lo regional y lo global, envolvimiento de las regiones con el resto del mundo. Y, en ese ámbito, concibe las relaciones externas del Mercosur como diversas y demasiado anteriores a 2019.Palabras Clave: Dimensión Externa; Mercosur; Regionalismo. Recebido em: 02/04/2021 | Aceito em: 03/08/2021.
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