Considerando a conjuntura vigente, o objetivo deste artigo é analisar o regionalismo sul-americano em face do enfraquecimento de sua vertente pós-hegemônica, das instabilidades políticas de seus países e do papel do Brasil nesse processo. Além de questionar como o atual regionalismo pode ser caracterizado, indagamos o que esperar na década de 2020 que se inicia. Por meio de análise bibliográfica, documental e de notícias, argumentamos que a criação de novos organismos regionais como o Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul (Prosul), a confluência de instabilidades políticas e sociais nos países da região e a mudança de orientação política do Brasil são características fundamentais que denotam certo grau de maior instabilidade no regionalismo sul-americano para os próximos anos.
Ao longo das três décadas de existência, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) tem tratado da integração fronteiriça em diversos órgãos e foros. A partir da criação do Subgrupo de Trabalho n. 18 “Integração Fronteiriça” (SGT-18), em 2015, o tema ganhou espaço em um órgão específico, de cunho permanente e vinculado a uma instância decisória. No contexto do trigésimo ano de celebração do Tratado de Assunção (1991), o objetivo deste trabalho é analisar as atividades do SGT-18, com foco nas discussões e ações em torno dessa agenda temática. A abordagem intenciona examinar seu atual estado de desenvolvimento, considerando o histórico do tema no Mercosul e os desafios para os próximos anos. Para tanto, a unidade analítica prioritária é o SGT-18, considerado um marco na institucionalização dessa matéria na estrutura do Mercosul. O método de pesquisa consistiu em levantamento bibliográfico sobre o tema, a análise qualitativa de fontes primárias geradas na institucionalidade do Mercosul, bem como consultas a informantes-chaves da atuação governamental e da pesquisa acadêmica. Os resultados permitiram concluir que a criação do SGT-18 conferiu certo grau de institucionalidade ao tratamento da integração fronteiriça nos últimos anos e que o ganho de relevância do tema não implicou em mudanças estruturais no modo como tal agenda é encarada dentro do bloco.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.