A partir de poemas de José Craveirinha e Noémia de Sousa, ícones da poesia anticolonial moçambicana, serão discutidas as formas de luta pelo poder simbólico. Analisando a poesia desses escritores, é possível observar que a luta se constrói tanto no campo objetivo (luta explícita, material e política), quanto no campo simbólico (luta pelo espaço, cultura e símbolos sociais). Segundo Pierre Bourdieu (1989), os campos – sejam eles políticos, literários, religiosos ou científicos – estão em constante disputa, que é derivada da desigualdade de capital entre os agentes (dominantes ou dominados), que lutam pela conservação ou subversão das estruturas. Dessa forma, buscou-se analisar nos poemas como se construiu a luta pela palavra que foi aprisionada pelos agentes dominantes durante o período colonial.
RESUMO:A palavra possibilita a reconstrução do passado e a projeção do futuro imaginado. O poeta cicatriza as feridas abertas do passado, mas também relembra, acende e revive o passado para projetar o futuro. Nega o passado reafirmando-o. Esse processo, construído pelo poeta, está recheado de camadas ideológicas. Essa tensão sobre o presente e o passado, em busca do devir, se solidifica a partir da realidade e das contradições sociais. Os poetas que viveram o período das lutas pela independência dos países africanos de língua portuguesa enveredaram sobre os caminhos tortuosos do passado e do presente. Entender a colonização, suas formas de opressão e de dominação, foi o passo inicial para produzir uma literatura que pudesse questionar o espaço colonial. A palavra poética-profética, portanto, foi utilizada como arma na luta pela independência. Este artigo busca refletir sobre a poesia anticolonial e sobre como a literatura pode contribuir nos processos históricos de luta e resistência. Para tanto, alguns poemas -de escritores que viveram no período das lutas pela independência -serão analisados, considerando a construção ética e estética da poesia anticolonial. Palavras-chave: Poesia anticolonial; Países africanos de língua portuguesa; colonização portuguesa. ABSTRACT:The word enables the reconstruction of the past and the projection of the imagined future. The poet heals from the open wounds of the past, but also remembers, lights up and revives the past to project the future. Deny the past by reaffirming it. This process, built by the poet, is filled with ideological layers. This tension over the present and the past, in search of becoming, solidifies from reality and social contradictions. The poets who lived the period of struggles for the independence of the Portuguese-speaking African countries embarked on the tortuous paths of the past and the present. Understanding colonization, its forms of oppression and domination, was the initial
O grupo “Filhos da ala este”, nascido em Angola, surgiu na década de 90. As letras do grupo fazem referência direta a acontecimentos históricos do país, propondo uma nova leitura sobre a história de Angola. Partindo de uma crítica cortante às desigualdades, o grupo evidencia a dinâmica social dos pobres, trabalhadores e crianças. Os ecos da independência, seguida da guerra civil, também permeiam as letras do grupo. Nesta entrevista, “Filhos da ala este” falam sobre o início da cena de hip hop em Angola, projeto estético e o passado-presente da nação.
The group "Fat Soldiers" is one of the names that has gained prominence in the scenario of the Angolan rap. Formed by Soldier V, Timomy and M.P, the group began its journey in 2010 with the launch of the first mixtape "Mentes da Rua". "Fat Soldiers" has denounced the living conditions of the poor and oppressed of Angola through subversive and acidic lyrics. The last single released by the group is called "I refuse myself", from the album "Survivors vol. 1, "which addresses a discourse against poverty and inequality, denouncing the concentration of wealth in one of the countries with the highest economic growth of the African continent. The high critical content of the lyrics of the group demonstrates an attitude of engagement, as can be seen in the songs "Truths" and "Cradle of Tin", which portray the suburban realities, social and spatial degradation and systematic corruption that plagues the country. In this interview, the group talks about the Angolan past, the struggles for independence, the current situation in Angola and issues related to music, aesthetics and utopia.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.