IntroduçãoNa análise dos fenômenos de defesa e segurança internacional, a teoria dos complexos regionais de segurança (CRS) causou grande impacto, ao trazer a análise do nível regional para o entendimento desses fenômenos. Ainda assim, o entendimento do CRS da Améri-ca do Sul, tal qual descrito por Buzan e Waever (2003), parece-nos limitado, ou mesmo desatualizado, em decorrência de algumas incompreensões de dinâmicas específicas da região.
• Este é um artigo publicado em acesso aberto e distribuído sob os termos da Licença de Atribuição Creative Commons, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.http://www.scielo.br/rbpi Revista Brasileira de Política Internacional ISSN 1983-3121 UNASUR, Brazil, and the South American defence cooperation: A decade later DOI: https://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201700212 Rev. Bras. Polít. Int., 60(2): e012, 2017 Abstract UNASUR and its Defence Council (SADC) were created under a promising scenario of regional cooperation. Almost ten years later, a growing demand for regional cooperation arises, facing, however, low levels of political willingness from local governments. Through the lenses of structural and neoclassical realism, this paper suggests that the lack of support by governments, especially the Brazilian one, due to a change in how domestic ideas are developed, and a transformation in the regional balance of power, have contributed to these institutions' quick obsolescence. Introduction S outh America has experienced significant political changes since 2015, with changes in government having taken place in Argentina, Brazil, and Peru. In the near future, Chile, Colombia, Ecuador, and Bolivia will also undergo presidential elections while the prospects of the Chavismo in Venezuela tend to become even more critical as governance is under severe stress. A new political environment is gradually emerging on the subcontinent, directly challenging most of the underpinnings of the regional political and institutional framework set up in the previous decade to embrace and foster security and defence initiatives at the regional level.Since its inception, the South American Union of Nations (UNASUR) has been the most important institutional framework for political dialogue on security matters on the subcontinent, in accordance with its vocation and with the mandate envisaged in the 2008 Brasília Treaty. Even though the need for a genuine South American institutional framework for such a dialogue had been widely recognized, and the creation of the South American Defence Council (SADC) hailed as a major step towards regional cooperation in security and defence matters, the fact that the SADC embraced consensus as a primary criterion for decision-making, while at the same time lacking binding decision-making powers, was perceived as a significant potential constraint if regional stability was to be severely undermined and regional action was deemed an imperative. If, on the one hand, those choices reflect a pragmatic assessment of the political conditions that should be acknowledged and met to allow the very existence of the SADC, on the other, they also imply severe restrictions on its entitlements to act, which confirms its vocation as a dialogue forum rather than as a decision-making and operative body.Even if a positive performance of the SADC during its first four/five years might be alleged, the changes in the political land...
A teoria realista ofensiva de cooperação em defesa na unipolaridade busca compreender: (1) a motivação dos Estados para cooperar em defesa; (2) as variáveis independentes que afetam a cooperação em defesa; (3) um modelo amplo de cooperação em defesa que possa ser replicado em diferentes regiões do mundo. Na unipolaridade, tentativas de alteração das balanças de poder regionais serão punidas pelo sistema. A forma como os Estados poderão maximizar o seu poder é a cooperação em defesa, que deve prover não apenas aumento da capacidade estatal individual, mas também elementos distributivos que não desencadeiem uma corrida armamentista no plano regional, nem um balanceamento offshorepor parte da potência unipolar. A teoria sugere que novos tempos exigem novas formas de maximização de poder.
ResumoEste artigo busca fazer um estudo da balança de poder na América do Sul, através de um levantamento quantitativo e qualitativo de 15 indicadores de poder: (1) tamanho da população; (2) tamanho do Produto Interno Bruto; (3) os Correlates of War (COW); (4) os gastos absolutos em defesa; (5) o percentual do PIB gasto em defesa; (6) o número total de efetivos nas Forças Armadas ativas; (7) o total de efetivos nos Exércitos; (8) o total de efetivos nas Marinhas; (9) o total de efetivos nas Forças Aéreas; (10) o total de veículos blindados; (11) o total de peças de artilharia; (12) o total de submarinos; (13) o total de embarcações de guerra; (14) o total de aviões de combate; e (15) o índex Global Fire Power. Partindo dos indicadores comumente utilizados pela literatura para medir poder, como o tamanho do PIB, os COW e os gastos em defesa -indicadores utilizados por Wohlforth (1999; para sustentar a unipolaridade estadunidense, o Brasil seria, também, uma unipolaridade da América do Sul. Todavia, quando adicionamos os outros indicadores específicos de mensuração da capacidade militar atual sul-americana, vimos que a tendência brasileira à unipolaridade não se sustenta. Há uma grande defasagem, em termos comparativos, das Forças Armadas brasileiras frente às demais na América do Sul, levando em consideração seu tamanho territorial, populacional e PIB. Isso faz com que, por esses outros indicadores, observássemos uma tendência a uma multipolaridade desequilibrada. Mesmo que tenha programas de reaparelhamento de suas Forças Armadas, o Brasil não é o único a fazê-lo. Isso pode indicar que, tal qual se observou no campo global com os Estados Unidos no pós-Guerra Fria, a unipolaridade brasileira possa ser um fenômeno de curta duração, ainda que a maioria dos indicadores mostre que tal situação está, do início do século até 2013, em ascendência.Palavras-Chave: Unipolaridade, Neorrealismo, América do Sul, Brasil, Forças Armadas. Doutor em Ciência Política (UFRGS), Professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais (UFSC).Artigo recebido em 08/03/2016 e aprovado em 10/08/2016. Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 11, n. 1, 2016, p. 274-295 275 Lucas Pereira Rezende AbstractThis article seeks to make a study of the balance of power in South America through a quantitative and qualitative survey of 15 power indicators: (1) size of the population; (2) size of gross domestic product; (3) Correlates of War (COW); (4) absolute defense spending; (5) percentage of GDP spent on defense; (6) total number of personnel in the active military; (7) total personnel in Armies; (8) total personnel in Marine; (9) total personnel in the Air Force; (10) total number of armored vehicles; (11) total number of artillery pieces; (12) total figure of submarines; (13) total figure of war vessels; (14) total number of combat aircrafts; and (15) index Global Fire Power. Based on the indicators commonly used in the literature to measure power, as the size of GDP, the COW and defense spending -indicators used by Wohlforth (1999 and t...
Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, um processo de securitização, que incluiu acadêmicos e formadores de opinião, colocou o que ficou cunhado como novo terrorismo como a principal ameaça à paz e segurança internacional. Esse fenômeno seria distinto do velho terrorismo, configurando-se como uma ameaça nova, típica do século XXI. Entretanto, com um olhar mais atento, nota-se que este não seria um fenômeno novo com características próprias da contemporaneidade, uma vez que o que mudou foi a tática do emprego do terror, mas não sua essência fundamental. Apresentamos nesse artigo diferentes interpretações sobre o terrorismo e a dificuldade de se alcançar uma definição única, assumindo que houve mudanças; porém, ressaltando a importância que as mesmas sejam claramente delimitadas, a fim de questionar a validade do emprego do termo novo terrorismo.
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