Considerando que a competência pragmática consiste em saber fazer a escolha mais adequada ao contexto entre as diferentes opções disponíveis(NUZZO e GAUCI, 2012), espera-se que o ensino da pragmática garanta que os alunos percebam a influência das normas sociais nas escolhas linguísticas. Uma vez que as normas sociais estão ligadas à cultura da L2/LE, é desejável que os aspectos pragmáticos sejam apresentados a partir de uma perspectiva intercultural, que estimule os aprendizes a refletir sobre convenções sociais e linguísticas em L1 e L2/LS (LIDDICOAT e SCARINO, 2013), promovendo, assim, o desenvolvimento da consciência metapragmática (McCONACHY, 2013). Nesse sentido, apresentamos, neste artigo, um percurso didático desenvolvido a partir do corpus de dados coletados e analisados pelo Grupo de Pesquisa em Pragmática (Inter)linguística, Cross-cultural e Intercultural da Universidade deSão Paulo. Nas atividades deste percurso, propõe-se a comparação de realizações do ato linguístico do pedido em português brasileiro e italiano a fim de promover uma reflexão sobre como variáveis contextuais (como distância social e grau de imposição) podem influenciar de diversas maneiras as escolhas linguísticas de italianos e brasileiros. As sequências didáticas aqui descritas, portanto, visam a desenvolver tanto a consciência metapragmática quanto a competência intercultural dos aprendizes.
O objetivo do estudo é investigar ordens e pedidos em língua italiana, identificando os elementos que caracterizam e diferenciam esses dois atos de fala, a partir da percepção de falantes nativos e aprendizes brasileiros. O instrumento elaborado para a coleta dos dados apresentava aos informantes interações verbais entre falantes nativos de italiano (role plays, gravados em áudio e vídeo, e diálogos extraídos de material cinematográfico), que deveriam ser classificadas como ‘ordem’ ou como ‘pedido’ com uma justificativa para a escolha. Havia também um terceiro campo em aberto (‘outro’). Analisando as respostas de 40 italianos e 40 aprendizes brasileiros, observamos que ordens e pedidos em língua italiana são diferenciados pela estrutura linguística e pelos elementos contextuais que envolvem a interação. A comparação dos resultados não revelou diferenças significativas na classificação dos dois atos de fala por parte de falantes nativos e brasileiros. Contudo, foi possível constatar que, enquanto os informantes italianos recorreram com maior frequência a elementos de tipo pragmático e prosódico para justificar suas respostas, os aprendizes brasileiros se basearam na maior parte dos casos em aspectos de tipo pragmalinguístico.
O desenvolvimento da competência pragmática no ensino-aprendizagem de italiano a brasileiros: o ato de fala do pedido de desculpas para avaliar os efeitos da instrução explícita e implícita Versão corrigida São Paulo À minha mãe, Marlet Mendes, por sua coragem, por me ensinar a ter coragem; Ao meu pai, Floresval Manoel do Nascimento (in memoriam), por me inspirar à profissão de professora; Ao meu irmão, Wil, por ter sempre me dado a mão; Ao Douglas, meu marido, por tanto acreditar no meu trabalho, por seu amor e companheirismo; Aos meus filhos, Lorenzo e Lupita, por me motivarem a seguir em frente, todos os dias.
PALAVRAS-CHAVE:Pragmática Interlinguística; instrução explícita; instrução implícita; ensino do italiano (LE); ato de fala do pedido de desculpas; aprendizes brasileiros.
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