A pesquisa investiga o ensino dos pedidos com o objetivo de, por um lado, perceber como os livros didáticos de italiano L2/LE apresentam esse ato de fala do ponto de vista sociopragmático, pragmalinguístico e metapragmático e, por outro, de propor sequências didáticas que possam ser usadas em salas de aula de italiano L2/LE para promover a competência (meta)pragmática dos aprendizes. Na primeira fase, selecionamos as três coleções de livros didáticos de italiano L2/LE mais difundidas no Brasil (LANDULFO, 2017) e os examinamos confrontando os pedidos dos livros do nível A1 ao B2 com aqueles produzidos em role-plays gravados na Itália com falantes nativos. Do ponto de vista sociopragmático, verificamos que os materiais apresentam escassa variedade contextual (NUZZO, 2016), que os pedidos aparecem por vezes descontextualizados (PETRAKI & BAYES, 2013) e que o contexto, quando presente, tende a ser tratado de forma implícita (BARRON, 2016). Quanto às características pragmalinguísticas, constatamos que diversos recursos atenuadores frequentes nos role-plays não são contemplados nos livros didáticos, comprovando que os manuais apresentam um repertório limitado e empobrecido de modificadores e de atos de suporte (CAMPILLO, 2007;NUZZO, 2013 NUZZO, , 2016. Além disso, quase não há atividades ou informações metapragmáticas que levem os aprendizes a refletir sobre a complexa relação entre língua e contexto (VELLENGA, 2004;PETRAKI & BAYES, 2013;BARRON, 2016). Uma vez identificadas as principais lacunas dos livros didáticos, a partir da análise de corpora de role-plays (SANTORO, 2012; CORTÉS VELÁSQUEZ & NUZZO, 2017), elaboramos duas sequências didáticas, de nível A2 e B1 (CONSELHO da EUROPA, 2001), voltadas tanto ao ensino de aspectos sociopragmáticos e pragmalinguísticos dos pedidos quanto à conscientização metapragmática dos aprendizes (cf. JUDD, 1999;ESLAMI-RASEKH, 2005;GLASER, 2013). As atividades foram testadas em turmas de italiano L2 (no Centro Linguistico di Ateneo da Università degli studi Roma Tre) e de italiano LE (no Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro de São Paulo), coletando dados antes e depois da intervenção didática por meio de DCTs escritos. As respostas dos grupos experimentais ao pré e pós-teste foram comparadas com as respostas do grupo controle, tanto em termos quantitativos, por meio do modelo estatístico GLM (General Linear Model), quanto em termos qualitativos. Os resultados evidenciaram que houve, após o tratamento, um aumento, em alguns casos estatisticamente significante, do repertório de recursos atenuadores dos alunos dos grupos experimentais, que souberam também adequar melhor a língua à situação, mostrando que as atividades elaboradas dirigiram a atenção dos alunos para as novas formas e para seu contexto de uso (SCHMIDT, 1993; BIALYSTOCK, 1993). Ademais, os dados coletados por meio de questionários retrospectivos apontaram que a intervenção didática promoveu uma maior competência (meta)pragmática dos aprendizes (ESLAMI-RASEKH, 2005; LIDDICOAT & McCONACHY, 2019). Quanto ao impacto do contexto...
Argumentos em favor de um teste seletivo de inglês para aviação para os centros de formação de pilotos nos EUA Jena LYNCH (ERAU) 1 Adriana Mendes PORCELLATO (USP) 2 ABSTRACT This article makes the case for an aviation English test which screens and assesses incoming non-native English-speaking flight students to US flight training organizations. The need for such a test arises from the lack of standardization in flight students' aviation English proficiency assessments throughout their flight training and the potential negative consequences of inadequate proficiency for students, training centers, and other stakeholders. Looking into proficiency tests that are used as screening measures in other domains, it becomes clear that an adequate screening test for flight training candidates is needed. An existing proficiency test specifically designed for flight and ATC training candidates is also discussed. Results of this investigation point to two main conclusions: first, there is a need for a deeper understanding of the flight training domain through observation, collection and analysis of written and spoken texts in a variety of genres and registers that are typical of the flight training context; second, the necessity remains for a screening tool that takes into account the specificities of the flight training domain.
Considerando que a competência pragmática consiste em saber fazer a escolha mais adequada ao contexto entre as diferentes opções disponíveis(NUZZO e GAUCI, 2012), espera-se que o ensino da pragmática garanta que os alunos percebam a influência das normas sociais nas escolhas linguísticas. Uma vez que as normas sociais estão ligadas à cultura da L2/LE, é desejável que os aspectos pragmáticos sejam apresentados a partir de uma perspectiva intercultural, que estimule os aprendizes a refletir sobre convenções sociais e linguísticas em L1 e L2/LS (LIDDICOAT e SCARINO, 2013), promovendo, assim, o desenvolvimento da consciência metapragmática (McCONACHY, 2013). Nesse sentido, apresentamos, neste artigo, um percurso didático desenvolvido a partir do corpus de dados coletados e analisados pelo Grupo de Pesquisa em Pragmática (Inter)linguística, Cross-cultural e Intercultural da Universidade deSão Paulo. Nas atividades deste percurso, propõe-se a comparação de realizações do ato linguístico do pedido em português brasileiro e italiano a fim de promover uma reflexão sobre como variáveis contextuais (como distância social e grau de imposição) podem influenciar de diversas maneiras as escolhas linguísticas de italianos e brasileiros. As sequências didáticas aqui descritas, portanto, visam a desenvolver tanto a consciência metapragmática quanto a competência intercultural dos aprendizes.
Partindo do pressuposto de que a língua é o produto da atividade cognitiva humana que remete a esquemas linguísticos e culturais, buscamos neste estudo verificar como se manifestam linguisticamente essas categorias, analisando o ato de fala do pedido em italiano, português brasileiro, espanhol argentino e alemão no marco da Pragmática cross-cultural. Em especial, concentramos nossa análise na (in)diretividade e na convencionalidade dos atos principais (head acts) e, paralelamente, na perspectiva, visando a entender se os pedidos são orientados pelo falante (eu), pelo interlocutor (tu), pelo nós inclusivo ou ainda por formulações impessoais (BLUM-KULKA et al., 1989). Na linha dos estudos da área, os dados foram coletados com um Discourse Completion Task (DCT), manipulando as variáveis grau de imposição e distância social de oito situações diferentes. Nossa hipótese era que, observando os pedidos desse ponto de vista, poderíamos verificar a presença de convergências e divergências nos traços linguístico-culturais. Embora tenha sido constatada, nas quatro línguas, a predominância de atos principais convencionalmente indiretos e da perspectiva tu, há diferenças na distribuição de (in)diretividade e perspectivas que podem indicar peculiaridades na forma como cada cultura percebe categorias como a “invasão” do espaço do outro e a solidariedade.
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