Este artigo pretende discutir as singularidades da pesquisa etnográfica com crianças e discute as nuances da aprendizagem do método etnográfico. Tais questões são fruto de uma pesquisa de mestrado realizada com as crianças Pataxó em uma das aldeias dessa etnia, nas proximidades da cidade de Carmésia, em Minas Gerais, Brasil. O propósito deste estudo foi revelar os processos de sociabilidade e aprendizagem dessas crianças em suas vivências cotidianas. Ao debruçar-se sobre essas aprendizagens, pôde dar-se conta das aprendizagens nas quais o pesquisador também estava envolvido. Assim como as crianças Pataxó, o investigador não precisou de alguém que deliberadamente pretendesse ensinar-lhe o fazer etnográfico. Apesar das leituras imprescindíveis e incessantes buscas por fontes de aprendizado do método, a assunção desse saber se concretiza na relação simbiótica e imprevisível entre o pesquisador e o campo. Neste texto, compartilham-se alguns pensamentos sobre o tornar-se etnógrafo fazendo etnografia com crianças.
O presente trabalho foi realizado com o intuito de compreender as influências midiáticas sobre o brincar nas infâncias urbanas e contemporâneas, tendo como base o documentário Criança, a alma do negócio. Após assistir atentamente ao documentário, algumas cenas foram descritas e extraímos, dos argumentos e das discussões, temáticas que foram categorizadas e analisadas à luz da produção acadêmica vigente. Concluímos que a publicidade infantil, por intermédio dos veículos midiáticos, pretende manipular os desejos das crianças como estratégia comercial para vender seus produtos, assim como também o fato de que, em alguma medida, os meios de comunicação contemporâneos e seus produtos culturais servem de elementos para a construção do brincar.
Nesse artigo apresentamos análises do que crianças fazem como lazer, o que gostariam de fazer e não fazem como lazer, o que fazem como obrigação, bem como obstáculos para vivências do lazer. O estudo tem nível de confiança de 95%, com amostragem total de 2400 entrevistas, sendo 211 com crianças (7-10 anos) das cinco regiões brasileiras realizadas pela técnica de survey. No Brasil, o lazer se apresenta como direito social para as crianças fortalecendo a perspectiva internacional dos Direitos Humanos. As crianças brasileiras como obrigação apresentam a escola como resposta mais frequente seguida pelos afazeres domésticos. Quanto ao que fazem como lazer, os interesses físico-esportivos são atividades frequentes no fim de semana, e, durante a semana, apresentamos a necessidade de mais dados sobre infância e mídias de internet. Quanto às barreiras para viver o lazer, a falta de recurso financeiro e de tempo foram apontados como os grandes empecilhos.
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