The aim of this article is to establish a relationship between the theory of René Kaës on the unconscious alliances (2011) and the structuring of the psyche, using as a tool the dialog text on narcissism by Freud (1914/1996) and on the contract narcissistic (1975) by Piera Aulagnier. We try to understand how the unconscious of another person influences the psychic constitution of the subject, with a preference strongly based on intersubjectivity, as the authors emphasize in the studies pointed out in this article.
O presente artigo propõe traçar uma linha de continuidade entre as ideias de Sándor Ferenczi e Michael Balint a respeito do vínculo analítico. O conceito de transferência, tal qual formulado por Freud, teria sofrido uma modificação em sua possibilidade de entendimento nos casos não neuróticos, chamados de narcísico-identitários ou borderline. Nesse sentido, estudamos a questão do vínculo analítico em autores que priorizaram a construção de uma clínica que abarcasse tais casos, como Ferenczi e Balint. A proposta clínica desses autores inclui, no processo analítico do paciente, a contratransferência, e mais, o psiquismo do analista em sua parte mais inconsciente. Em virtude disso, ressaltaram as dificuldades e desafios que essa clínica implica, denunciando a exigência de uma análise profunda do analista para o atendimento desses casos. A inclusão, portanto, do psiquismo do analista no setting implicaria um entendimento intersubjetivo do enquadre, produzindo uma nova maneira de enxergar a relação analítica e, consequentemente, a técnica.
Nesse artigo buscamos entender a continuidade das proposições teórico-clínicas de Winnicott e Ogden, que incluem a contratransferência no processo analítico do paciente, e mais, o psiquismo do analista em sua parte mais inconsciente. Essas proposições implicariam um entendimento intersubjetivo do enquadre, produzindo uma nova maneira de enxergar a relação analítica e, consequentemente, a técnica. Escolhemos o termo “espaço-entre” para nomear tais propostas, pois concluímos que um outro lugar ou processo é produzido no encontro analítico. Esse lugar não é nem do analista, nem do paciente, mas de ambos. Tal encontro produziria um inconsciente do vínculo, capaz de gerar trabalho psíquico e gerar efeitos importantes.
A partir da ideia de que na clínica dos casos-limite o analista precisa permitir-se entrar em contato com sua contratransferência, de maneira a utilizar-se dela para produzir uma técnica e adaptar-se ao seu caso clínico, indagamo-nos se nossos processos de transmissão em psicanálise, em especial a supervisão, estão preparados para essa realidade. Para isso, buscamos compreender como era pensada a supervisão desde a Escola Húngara de Psicanálise até autores contemporâneos que trabalham com fenômenos como reflection process e parallel process. Dessa forma, chegamos a psicanalistas que apostam que, por meio da regressão em supervisão, vinculada ao ponto de identificação do caso, poderia produzir-se um lugar mais empático do analista em relação ao seu paciente. Por fim, trazemos um rápido exemplo de uma supervisão clínica para ilustrar um início de entendimento a respeito da proposta apresentada.
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