Este artigo descreve a proposta interdisciplinar utilizada atualmente no Centro Municipal de Saúde Manguinhos (CMSM), Rio de Janeiro, para condução longitudinal do tratamento antitabagismo em pacientes residentes em comunidades de baixa renda da região, sob a ótica de um estudante de medicina em seu período de internato rotatório. A abordagem antitabágica consiste em terapia longitudinal dividida em duas etapas: (i) assistência a grupo de pacientes com abordagem interdisciplinar ao longo de quatro sessões distribuídas semanalmente que inclui tratamento psicoterápico e recursos farmacológicos; seguida de (ii) duas sessões quinzenais de terapia de manutenção, caracterizadas por atenção individualizada e desmame farmacológico, complementadas por um seguimento mensal de até um ano. Os protocolos atuais, as atividades dos profissionais e a condução da proposta são descritos. Este relato sugere que o aprimoramento da formação em medicina pode ocorrer por meio da participação dos estudantes em ações de educação em saúde, tais como o grupo antitabagismo.
Resumo: O presente artigo objetiva analisar a matriz metapsicológica do silêncio a partir das contribuições teóricas de Karl Abraham e Robert Fliess. Para Abraham, o silêncio é compreendido a partir dos conceitos de erotismo oral, uretral, genital e anal e da influência da libido e das zonas erógenas no desenvolvimento da personalidade e do caráter. Para Robert Fliess, o silêncio é entendido a partir do aparelho da linguagem descrito como uma descarga pulsional regressiva erótica, correspondendo assim a três formas particulares de fechamento esfincterianos: o silêncio erótico-uretral, o silêncio erótico-anal e o silêncio erótico-oral.
Nesse artigo buscamos entender a continuidade das proposições teórico-clínicas de Winnicott e Ogden, que incluem a contratransferência no processo analítico do paciente, e mais, o psiquismo do analista em sua parte mais inconsciente. Essas proposições implicariam um entendimento intersubjetivo do enquadre, produzindo uma nova maneira de enxergar a relação analítica e, consequentemente, a técnica. Escolhemos o termo “espaço-entre” para nomear tais propostas, pois concluímos que um outro lugar ou processo é produzido no encontro analítico. Esse lugar não é nem do analista, nem do paciente, mas de ambos. Tal encontro produziria um inconsciente do vínculo, capaz de gerar trabalho psíquico e gerar efeitos importantes.
Os psicanalistas sempre se depararam com o não verbalizável, o não dito, o não comunicável, ao tratar dos diversos males da alma daqueles que chegavam ao seu consultório. Quando o silêncio se faz presente em uma sessão de análise, ele manifesta uma pluralidade de sentidos com os quais todo o analista deve manejar no tratamento clínico. Assim, o presente trabalho objetiva analisar as interfaces entre silêncio e segredo na psicanálise, considerando-os como um desenvolvimento da capacidade do pensamento. Investiga-se os conceitos de rêverie, segredo e a capacidade de pensar a partir das teorias dos analistas da Escola Inglesa de Psicanálise. O autor defende a comunicação silenciosa, por um lado, e o direito ao segredo, por outro, como uma condição necessária a ser sustentada pelo analista na constituição psíquica do "eu", a partir de uma análise não invasiva, para que o paciente desenvolva a capacidade de pensar, sonhar e, posteriormente, se comunicar.
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