Introdução: A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica de evolução crônica causada pelo agente Treponema pallidum. É uma doença reemergente no Brasil e persiste como um grave problema de saúde pública, e, diante desse impacto, é importante que os municípios reconheçam a gravidade da doença localmente para estabelecer estratégias de ação de diagnóstico e tratamento. Objetivo: Conhecer o perfil clínico-epidemiológico de pacientes infectados por sífilis na Unidade Básica de Saúde Bairro de Fátima. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, descritivo e retrospectivo, analisando o perfil epidemiológico de casos de sífilis registrados na Unidade Básica de Saúde Bairro de Fátima no período de 2019 a 2020 por meio de registros da unidade. Resultados: Houve 193 casos reportados de sífilis adquirida na unidade de saúde, entre os quais apenas 3% eram de gestantes. A média de idade dos pacientes foi de 40,6 anos (desvio padrão=15,6). Os títulos de Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas encontrados nos pacientes que fizeram o exame variaram entre 1 e 8/260, 2 e 1/2.048, destacadamente títulos de 1/64 (22,3%) e 1/2 (17,4%). Entre os pacientes analisados, 62% confirmadamente começaram o tratamento e, desses, 90,8% concluíram, em sua maioria utilizando o fármaco padrão recomendado, penicilina benzatina. Conclusão: O estudo evidencia uma prevalência alta de sífilis na Unidade Básica de Saúde, que capta parte expressiva dos casos de sífilis adquirida do município. Dentro da unidade há um destaque para adultos na faixa etária de 40 anos vindo com títulos de Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas em faixas baixas a moderadas, dos quais a maioria conclui o tratamento.
Introdução: A pandemia de COVID-19 desencadeia impactos profundos na sociedade, com destaque para o campo da saúde. O distanciamento social, o afastamento de profissionais dos campos de atendimento e a redução de insumos nos diferentes nichos impactaram no tratamento de diferentes categorias de doenças, dentre elas as infecções sexualmente transmissíveis. Objetivo: Descrever os impactos da pandemia de COVID-19 no atendimento de pacientes com sífilis em um centro de saúde especializado no acompanhamento de pacientes com infecções sexualmente transmissíveis, localizado em São Luís (MA). Métodos: Realizou-se um estudo transversal e observacional, por meio de registros em prontuário médico, com catalogação quantitativa do número de pacientes acompanhados entre maio de 2019 e março de 2021 e informações clínico-epidemiológicos relevantes. Para correlação de variáveis, optou-se pelo uso do programa estatístico STATA 14.0. Resultados: Foram coletados dados de 193 pacientes atendidos no centro de saúde. Entre eles, 87,5% concluíram o tratamento para sífilis com penicilina benzatina, com o número de doses adequado com a fase da doença. A faixa etária entre 20 e e39 anos foi a mais acometida, contabilizando 45,91% do total de pacientes. O título de Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas mais prevalente entre os pacientes foi de 1/64 (55,56%). Quanto aos impactos na procura ou manutenção do atendimento, adotou-se a data de 11 de março de 2020 (data em que a Organização Mundial da Saúde declarou o estado pandêmico decorrente da COVID-19). Nesse contexto, houve redução de 30% na quantidade de atendimentos durante o período analisado. Entretanto, não foi observado aumento na taxa de abandono do tratamento após a promulgação do estado pandêmico. Conclusão: O estudo promoveu uma esquematização do perfil epidemiológico dos pacientes acompanhados no centro de saúde. Observou-se que a procura desses pacientes diminuiu após a oficialização da pandemia pela Organização Mundial da Saúde, mas que as taxas de abandono do tratamento permaneceram constantes.
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