Os estudos culturais: uma introduçãoO que é, afinal, Estudos Culturais? Esta frase e outras similares intitulam, no Brasil e em muitos paí-ses, alguns livros e artigos 1 cujo objetivo tem sido definir os contornos da movimentação intelectual que surge no panorama político do pós-guerra, na Inglaterra, nos meados do século XX, provocando uma grande reviravolta na teoria cultural. Se continuarmos a percorrer as publicações, perceberemos, entre os textos mais disseminados, que as preocupações se concentram em problematizações da cultura, agora entendida em um espectro mais amplo de possibilidades no qual despontam os domínios do popular. Aliás, a revolução copernicana operada pelos Estudos Culturais na teoria cultural concentrou-se neste terreno escorregadio e eivado de preconceitos em que se cruzam duas noções ou concepções extremamente complexas e matizadas como cultura e popular. 2 Cultura transmuta-se de um conceito impregnado de distinção, hierarquia e elitismos segregacionistas para um outro eixo de significados em que se abre um amplo leque de sentidos cambiantes e versáteis. Cultura deixa, gradativamente, de ser domínio exclusivo da erudição, da tradição literária e artística, de padrões estéticos elitizados e passa a contemplar, também, o gosto das multidões. Em sua flexão plural -culturas -e adjetivado, o conceito incorpora novas e diferentes possibilidades de sentido. É assim que podemos nos referir, por exemplo, à cultura de massa, típico produto da indústria cultural ou da sociedade techno contemporânea, bem como às culturas juvenis, à cultura surda, à cultura empresarial, ou às culturas indígenas, expressando a diversificação e a singularização que o conceito comporta. Ao par disso, o termo popular também é objeto de uma vicejante polissemia. Do popular ao pop, 3 nomeiam-se movimentações das mais variadas gamas. Popular tanto pode indicar breguice, gostos e condutas comuns do povo, entendido como a numerosa parcela mais simples e menos aquinhoada da população, quanto, na nomenclatura política das esquerdas, expressar o fetiche do mundo intelectual politicamente engajado ou mesmo as cruzadas contemporâneas em torno do politicamente correto. Nesta oscilação cambiante do significado, popular e pop comportam gradações que, com freqüência, apontam para distinções entre o que é popularesco, rebuscado, kitsch e o que é sofisticado, despojado, minimalista. Como se percebe, as palavras têm história, vibram, vivem, produzem sentidos, ao mesmo tempo em que vão incorporando nuanças, flexionadas nas arenas políticas em que o significado é negociado e renegociado, permanentemente, em lutas que se travam no campo do simbólico e do discursivo.Os Estudos Culturais (EC) vão surgir em meio às movimentações de certos grupos sociais que buscam se apropriar de instrumentais, de ferramentas conceituais, de saberes que emergem de suas leituras do mundo, repudiando aqueles que se interpõem, ao longo dos séculos, aos anseios por uma cultura pautada por oportunidades democráticas, assentada na educação de livre acesso. Uma ed...
Este artigo toma elementos de uma análise de discurso foucaultiana e examina práticas discursivas escolares que circulam na escola fundamental. Trata-se de problematizar certos conceitos, certas regularidades enunciativas, e demonstrar sua implicação no ordenamento de nossas salas de aula e na regulação das práticas docentes. O trabalho é orientado pela hipótese de que há certa ordem do discurso escolar. Isto é, há determinadas regras que sancionam e/ou interditam a produção e a circulação de práticas discursivas escolares. Ao mesmo tempo, a circulação, a disseminação, o compartilhamento de certos enunciados que compõem essas práticas discursivas têm efeitos na produção das identidades das professoras, nas suas formas de enxergar a sala de aula, os alunos, a educação, enfim, na própria materialização da educação escolar. Os dados analisados neste trabalho foram obtidos por meio de entrevistas, feitas com professoras de ensino fundamental da rede pública de duas cidades do Rio Grande do Sul. Ao analisar a ordem do discurso escolar, aponto a harmonia existente entre o dito e o feito na escola pública de ensino fundamental.
ResumoFrente à constante transformação do cenário tecnológico, ao invés da formação focada no uso aplicado e restrito das tecnologias digitais, é preciso criar e disseminar metodologias que se articulem aos saberes e práticas próprias da docência, articulando proposições teóricas e epistemológicas que não sigam o ritmo de obsolescência imposto pelo mercado tecnológico. O presente ensaio teórico visa apresentar e constituir uma discussão em torno da ideia de curadoria como um conceito e uma estratégia para a docência on-line no sentido de favorecer práticas de ensino e de aprendizagem a favor da autoria docente e da socialização dos saberes. Numa perspectiva teórico-metodológica, consideramos a comunicação, a mobilidade, o hibridismo tecnológico e a liberação do polo da emissão como elementos chave que podem sustentar a curadoria como prática de socialização e mediação de saberes, carregando de potência as experiências de aprendizagem no contexto da educação on-line.
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