ResumoIntrodução: O diagnóstico precoce da deficiência auditiva em crianças e a intervenção são determinantes para o desenvolvimento. Uso do AASI; expectativas dos familiares e sua implicação com o tratamento são fatores importantes para o prognóstico. Objetivo: O objetivo foi verificar a efetividade da adesão à reabilitação auditiva, a consistência de uso do AASI, a participação nas terapias e nos grupo na fase inicial do processo terapêutico (ADAPTI), num serviço da Rede Municipal de Saúde de São Paulo. Método: A pesquisa foi realizada em crianças com deficiência auditiva atendidas em um serviço da Rede Municipal, seus responsáveis e terapeutas. Este estudo teve caráter descritivo quanti/qualitativo. Caracterizamos os sujeitos do ponto de vista demográfico, audiológico, da consistência de uso do AASI e da efetividade na adesão. Resultados: As 25 crianças foram organizadas em cinco grupos. Dessas, *Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Contribuição dos autores:BCY: realizou o delineamento do estudo, coleta, análise, interpretação dos dados e desenvolvimento da discussão. BCAM, ECC, LBF: auxiliou no delineamento do estudo e na análise dos resultados. BCACN: auxiliou no delineamento do estudo, análise e interpretação dos resultados. E-mail para correspondência: AbstractIntroduction: Early diagnosis of hearing loss in children and intervention, are determinants for the development. Use of hearing aids; Family members' expectations and their implication with treatment are important factors for the prognosis. Objective: This study verified the effectiveness of adherence to rehabilitation, the consistency of the use of hearing aids, participation in the therapies and in the initial phase of the therapeutic process (ADAPTI), in a Municipal Health Service of São Paulo. Method: The research was carried out with hearing impaired children attending a Municipal Health Service, their parents and therapists. This study was quanti/qualitative. We characterize the patients from a demographic, audiological point of view, the consistency of the use of the hearing aids and the effectiveness of adherence. Results: The 25 children were organized into five groups. Of these, 13 were female and 12 male. Twenty four had sensorineural hearing loss. One had conductive loss and the hearing aids were adapted with bone vibrator. Ten had suspicion/presence of other compromises. We classified them according to the ADAPTI outcome. Different prognoses interfered in the orientations, disinterested parents with different demands. Discussion: The group was a facilitator in the process. More homogenous groups lead to greater empathy among participants and greater likelihood of adherence. Distance and SII 65 dB are factors that appear to affect adherence. Conclusion: Homogeneous groups provided greater adhesion; the activities provided discussions that promote adherence to treatment; the group was considered a facilitator. The distance and SII 65 dB seem to affect adhesion.

Introdução: Diante dos prejuízos que a deficiência auditiva traz para a percepção da fala, é fundamental realizar avaliação da percepção da fala visando o aprimoramento de novas tecnologias e estratégias terapêuticas. Objetivo: Estabelecer relações entre capacidade auditiva e desempenho em tarefas de percepção da fala em crianças com deficiência auditiva. Método: Foram estabelecidos os Índices de Inteligibilidade de Fala (SII) para sinais de entradas de 55 e 65 dBNPS de 17 crianças entre cinco e dezessete anos, com perda auditiva neurossensorial, usuárias de AASI, com linguagem oral. Foram submetidas à repetição de palavras com e sem sentido em 55 e 65 dBNPS. Para análise, o SII foi relacionado aos resultados obtidos nas listas de palavras. Os sujeitos foram classificados em dois grupos de acordo com os valores de SII 65dB (>=64% e <64%). Resultados: Os sujeitos com SII65dB >=64 apresentaram significativamente melhor desempenho nas tarefas de reconhecimento de palavras com e sem sentido. A mesma tendência foi observada nas listas apresentadas a 55dBNPS. A mediana dos acertos nas listas apresentou diferença significante e foi considerada equivalente. A diferença entre os grupos quanto à consistência de uso do AASI foi significativa para o SII 55dB. Conclusão: Devem ser consideradas outras variáveis intervenientes no desempenho em tarefas de percepção de fala, na busca das variáveis que mais afetam as habilidades auditivas. O número reduzido de sujeitos neste estudo limitou a possibilidade de análise comparativa e a identificação de possíveis fronteiras nos valores de SII 65dB associados a habilidades de percepção de fala.

RESUMO Objetivo Identificar relações entre a utilização sistemática do Microfone Remoto (MR) em sala de aula de estudantes com deficiência auditiva e características das escolas e dos professores. Método Foram analisados 120 sujeitos, entre cinco e 17 anos, com deficiência auditiva que foram adaptados MR em um Serviço de Saúde credenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Também foram sujeitos, professores de usuários de MR. Realizou-se uma análise de prontuários e no momento que os sujeitos compareceram para acompanhamento foi realizado entrevista com os pais/responsáveis para caracterizar rotina de utilização do MR na escola. Foram realizados contatos telefônicos e visitas presenciais em algumas escolas. Resultados Quanto ao uso, observa-se que a maioria dos sujeitos utilizava o dispositivo na escola. Aqueles que não utilizavam involuntariamente e voluntariamente consistiu na minoria dos sujeitos. Houve uma similaridade no padrão do Speech Intelligibility Index -SII dos sujeitos que ‘usam’ e ‘não usam involuntariamente’ o MR. Houve diferença significativa entre o tipo de escola e o nível de escolaridade, a maioria dos sujeitos que frequentavam escola regular e estavam matriculados no ensino fundamental I tendem a usar mais o dispositivo. Conclusão A maioria dos sujeitos faz uso do MR na escola. O nível educacional do estudante também foi um fator que interferiu na adesão ao uso dos MR, com maior adesão em estudantes do Ensino Fundamental I. Os dados sugerem que a articulação entre serviço de saúde e escola favorece a utilização do MR, entretanto quando essa relação é intermediada pelos pais, outros fatores acabam interferindo no uso sistemático no cotidiano da escola.