Entre julho de 2014 e janeiro de 2015, lecionei Laboratório de Ensino de Ciências Sociais no município de Codó (MA), pelo Programa de Formação de Professores para Educação Básica (Profebpar) existente na Universidade Federal do Maranhão. Ao saberem que era antropólogo, contudo, osalunos pediram que fizesse um “resumo de antropologia”, pois alegavam que não “haviam entendido” essa disciplina. De improviso, como estratégia pedagógica, abordei processos de construção de classificação social através de discussões entre natureza e cultura, costurando vários autores-exemplares de tipos de antropologia. Os alunos riram das interpretações de Clifford Geertz sobre briga de galos, e foi quando descobri que eram familiarizados com esse universo. Nesse texto, analiso qual foi o lugar das experiências dos alunos nas suas leituras pragmáticas dos textos, influenciando as dinâmicas de ensino-aprendizagem de antropologia.
Introdução: inflexões políticas em fazendas de café no Sudeste escravistaNa segunda metade do século XIX, o Vale do Paraíba e a região do Oeste paulista foram as áreas econômicas mais importantes do Império do Brasil, graças à próspera produção de café para os mercados externos.
Neste artigo proponho o conceito de etnografia hiper-realista para fazer pesquisas em processos de ensino e aprendizagem, com foco em antropologia para turmas de graduação. Os argumentos para sustentar tal proposição têm por base discussões recentes sobre etnografia, não somente como método de pesquisa, mas como maneira de desenvolver teorias e conceitos, e trabalhos sobre etnografia em educação, realizados no Brasil, principalmente. Além disso, me apoio em autores que orientam a metáfora que me inspirou na construção daquele conceito, na medida em que elucidam a proposta dos pintores hiper-realistas, em finais dos anos 1960 e durante a década de 1970. As reflexões aqui apresentadas foram construídas a partir de aulas lecionadas na cidade de Codó, localizada no leste do Maranhão.
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