Abstract:The upper Juruá region is located in Acre state (western Brazilian Amazonia) and it is known for having a high diversity and moreover is considered a priority area for survey and conservation of herpetofauna. academicus, P. aureolineatus, S. antenori, A. buckleyi e L. dorsocorallinus)of which also are the first records for Brazil. The importance of the form of forest use by traditional peoples (indigenous, extractive and riverine people) was pointed out, as well that of areas for conservation of the high biodiversity found in the Upper Juruá. Also the need for studies on the use of some species (especially chelonians and crocodilians) to evaluate possible impacts on the populations of these animals is stressed. Resumo: A região do Alto Juruá localiza-se no estado do Acre (oeste da Amazônia brasileira) e é uma região conhecida por apresentar uma alta diversidade e também considerada prioritária para inventariamento e conservação da herpetofauna. Este trabalho foi realizado entre agosto de 2006 a junho de 2008 e apresenta a lista de espécies de anfíbios e répteis da área do Igarapé Esperança na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, Acre. Quatro métodos amostrais foram empregados para inventariar a herpetofauna: procura limitada por tempo, armadilhas de interceptação e queda, registros auditivos e encontros ocasionais. Foram registradas 162 espécies, sendo 83 de anfíbios (80 anuros, dois gimnofionos e uma salamandra) e 79 de répteis (29 lagartos, 42 serpentes, um anfisbênio, quatro quelônios e três jacarés). Dessas espécies, onze (Adelphobates quinquevittatus, Hyalinobatrachium munozorum, Pristimantis academicus, P. aureolineatus, Syncope antenori, Alopoglossus buckleyi, Drymobius rhombifer, Liophis dorsocorallinus, L. taeniogaster, Umbrivaga pygmaea e Micrurus remotus) foram registradas pela primeira vez para o Acre, sendo que seis delas (H. munozorum, P. academicus, P. aureolineatus, S. antenori, A. buckleyi e L. dorsocorallinus) consistem também os primeiros registros para o Brasil. Salienta-se aqui a importância da forma do uso das florestas pelas populações tradicionais (indígenas, extrativistas e ribeirinhos) e das áreas protegidas na conservação da alta biodiversidade encontrada no Alto Juruá e também a necessidade de estudos sobre o uso de algumas espécies (especialmente de quelônios e crocodilianos) para analisar possíveis impactos sobre as populações desses animais.
As serpentes Bothriopsis bilineatus e Bothrops atrox são viperídeos simpátricos na Amazônia, sendo B. atrox comum e B. bilineatus mais rara. Ambas espécies apresentam uma dieta generalista, sendo que B. atrox forrageia principalmente sobre o chão e B. bilineatus é mais arborícola. Aqui, nós descrevemos o uso do habitat e padrão de atividade dessas duas serpentes em uma floresta amazônica no Rio Moa, Cruzeiro do Sul, Acre. Esse estudo foi baseado em observações durante procura visual limitada por tempo e encontros ocasionais de serpentes em uma trilha que é sazonalmente alagada e outra de floresta de terra firme. Durante um total de 360 horas de procura visual limitada por tempo, 11 B. bilineatus e seis B. atrox foram encontradas, enquanto uma B. bilineatus e seis B. atrox foram encontradas durante encontros ocasionais. Todas 12 B. bilineatus foram observadas sobre a vegetação, enquanto somente cinco B. atrox estavam sobre a vegetação (todos juvenis). Durante procura visual limitada por tempo B. bilineatus foi mais comum (0,03 serpentes/hora) do que B. atrox (0,016 serpentes/hora). Essas duas espécies apresentaram diferenças no uso do espaço, sendo que B. bilineatus ocorreu principalmente na área da floresta de terra firme, rica em palmeiras e que não é sazonalmente alagada. Bothrops atrox foi mais abundante na área da floresta próxima aos lagos, que é sazonalmente alagada. Diferenças entre essas duas áreas como a estrutura da vegetação, tipos de ambientes aquáticos, disponibilidade de presas e fatores históricos são possivelmente os fatores responsáveis pela diferença na ocorrência dessas espécies. Estas duas serpentes foram encontradas nos meses mais chuvosos e não foram registradas nos meses mais secos, período em que também existe menor disponibilidade de anuros nesses ambientes. Na maior parte da Amazônia, B. bilineatus parece ser menos frequente que B. atrox, mas na área do presente estudo, a primeira parece ser mais frequente que a última durante procura visual limitada por tempo.
Esse estudo teve como objetivo atualizar a lista de serpentes do estado de Rondônia a partir de levantamento bibliográfico, e fornecer algumas informações sobre a distribuição das espécies. São registradas para o estado de Rondônia 118 espécies de serpentes, pertencentes a oito famílias: Leptotyphlopidae (4 espécies), Typhlopidae (1), Aniliidae (1), Boidae (6), Colubridae (21), Dipsadidae (67), Elapidae (9) e Viperidae (9). Dessas, 109 foram registradas para áreas de floresta amazônica e 27 em cerrado. A menor riqueza encontrada em cerrado (27 espécies) provavelmente deve estar associada aos poucos trabalhos desenvolvidos nessas áreas e pelo fato dessa formação vegetal ocupar uma área de cerca de apenas 5% do estado. Nove espécies (Epicrates crassus, Chironius flavolineatus, Drymoluber brazili, Apostolepis striata, Oxyrhopus rhombifer, Pseudoboa nigra, Xenodon merremii, Bothrops mattogrossensis e Crotalus durissus) foram registradas exclusivamente em áreas de cerrado, sendo formas associadas a esse ambiente na Amazônia. Seis espécies (Masticophis mentovarius, Apostolepis striata, Erythrolamprus mimus, Micrurus mipartitus, Micrurus sp. e Bothrocophias microphthalmus) são conhecidas no Brasil apenas para Rondônia. Existem lacunas sobre o conhecimento das serpentes em algumas regiões de Rondônia, sendo essencial a realização de mais estudos de inventário. Tal necessidade se torna mais urgente devido à crescente destruição dos habitats ao longo do Cerrado e nas porções sul da Amazônia.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o resultado de um levantamento herpetofaunístico realizado na floresta do baixo rio Moa, em Cruzeiro do Sul, Acre. O estudo foi realizado entre fevereiro de 2008 e setembro de 2009, sendo as espécies registradas através de armadilhas de interceptação e queda (AIQ), procura limita por tempo (PLT), busca ativa (BA), amostragem em sítios reprodutivos (ASR) e encontros ocasionais (EO). A herpetofauna foi amostrada em uma área de aproximadamente 256 hectares em áreas de propriedades particulares, incluindo área aberta antropizada, adjacente a floresta, composta principalmente por pastagens. Na área florestada a amostragem foi realizada em duas trilhas com fisionomias diferentes (Mata de Terra Firme e Mata de Várzea). Foram registradas 103 espécies, sendo 50 de anfíbios anuros e 53 de répteis (35 serpentes, 17 lagartos e um crocodiliano). A curva do coletor atingiu a assíntota para os anfíbios anuros, mas não para os lagartos, serpentes e a herpetofauna (todos os grupos). Nas áreas florestadas foi registrada a maioria das espécies de anfíbios anuros, o mesmo sendo observado para os répteis, sendo que a maioria destes foi registrada na mata de terra firme. A maioria dos anfíbios foi registrada durante a PLT e a ASR, enquanto os répteis foram através de EO e também por PLT. Espera-se um número maior de espécies de serpentes para a localidade do que a riqueza registrada (35 espécies). Salienta-se a importância da preservação de áreas florestadas particulares abrangendo tanto habitats nas margens de rios sujeitos a alagação periódica como de terra firme, uma vez que existem diferenças na composição herpetofaunística em relação a estrutura das florestas. A preservação das áreas de floresta é fundamental para manutenção da diversidade de anfíbios e répteis na Amazônia, que tem sua riqueza diminuída com a transformação de florestas em pastagens e também com a retirada de madeira e abertura de clareiras.
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