RESUMO Inteligência artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que usando algoritmos definidos por especialistas é capaz de reconhecer um problema, ou uma tarefa a ser realizada, analisar dados e tomar decisões, simulando a capacidade humana. Sistemas computadorizados de apoio à decisão já existem há décadas, mas o aumento da velocidade de processamento e de armazenamento de informação dos computadores, permitiu analisar um grande volume de dados em nanosegundos propondo soluções de problemas, orientando a proposta e tomada de decisões, realizando tarefas sem receber instruções diretas de humanos. Já utilizadas em um grande número de atividades em áreas como o comércio, bancos, transporte, atendimento a usuários e, mesmo, gestão de recursos materiais e do capital humano, IA tem ampliado significativamente a sua aplicação em saúde. Em saúde IA analisa dados disponíveis em bases de dados de nascimentos, mortalidade, hospitalizações, doenças de notificação compulsória e de dados de pacientes registrados em prontuários eletrônicos. Busca, seja indicar a prevalência e evolução de enfermidades, possibilitando antecipar surtos epidêmicos e propor medidas preventivas com oportunidade, seja analisar, por exemplo, a coerência entre uma hipótese diagnóstica de um paciente e exames solicitados e terapia prescrita. IA reconhece imagens, permite interações computadorizadas em linguagem aberta, escrita e falada, percebe relações e nexos, entende conceitos e não apenas processa dados, segue algoritmos e cria sua própria experiência (“machine learning”). A constatação de que 32% dos erros médicos no Estados Unidos decorrem de problemas na relação médico-paciente, de um exame clínico deficiente, ou falha na avaliação de dados e de resultados de exames complementares, tem ressaltado a necessidade de se redefinir a prática médica, visando reservar tempo numa consulta para garantir uma boa comunicação e orientação do paciente. O uso de linguagem natural no registro de dados em prontuários eletrônicos, melhoria do relacionamento através da internet, emprego de computadores na comunicação médico-paciente, emprego de dispositivos vestíveis e corporais na obtenção de dados (“wearable devices”), telemedicina, trabalho em equipes multiprofissionais, visam otimizar o desempenho do médico no atendimento de seu paciente. A redefinição da prática médica resultará, necessariamente, em mudanças na formação do médico. Essa preocupação se refletiu no estabelecimento de um consórcio de escolas, estabelecido pela Associação Americana de Medicina, para discutir mudanças curriculares, ajustando a formação profissional a uma época caracterizada pelo uso intensivo de tecnologias e inteligência artificial. O autor faz considerações sobre a formação médica, propondo um núcleo de conhecimento que deverá alicerçar uma maior flexibilidade do aprendizado, ajustando-o às motivações e orientações dos alunos.
RESUMO Ao mesmo tempo em que se discutem problemas na relação médico-paciente e a deficiência do
O sis te ma edu ca ci o nal es te ve por mu i to tem po cen tra do na ati vi da de do pro fes sor, con si de ra do o agen te ati vo do pro ces so en si no-apren di za gem. Nes te con tex to, é ele quem de fi ne e pro gra ma o que o alu no vai apren der, como e quan do. O foco no en si no, em con tra pon to ao foco na apren di za gem, deter mi na, as sim, a car ga ho rá ria do cur so, opor tu ni da des de apren di za gem, es que ma de au las e ava li ação, num pro gra ma fe cha do.Mas o apren der não é pas si vo. Não há ape nas uma re a li da de, pois cada um apre en de um fato, uma si tu a ção, de acor do com sua dis po ni bi li da de de per ce ber e a trans for ma se gun do seu re per tó rio de co nhe ci men tos pré vi os, vi vên ci as e mo ti va ção para apren der de ter mi na da ma té ria.Para apren der, há que ela bo rar, trans for mar, in te grar o novo co nhe ci men to a es tru tu ras pré vi as, ou seja, há que ser ati vo. Para dar con se quên cia a este con ce i to, pro põe-se mu dar o en fo que do sis tema edu ca ci o nal a fim de en fa ti zar o apren di za do do alu no, não mais ape nas o en si no. Pa ra le la men te a essa ne ces si da de de trans for ma ção, vi ven ci a mos mu dan ças na so ci e da de. O ensi no na área da sa ú de, tra di ci o nal men te cen tra do nas do en ças e usan do como in su mos para o sa ber os "in di gen tes" dos hos pi ta is pú bli cos e San tas Ca sas, tran si ta para uma nova re a li da de. Nes ta, o in di ví -duo ga nha a con di ção de ci da dão, e a re for ma sa ni tá ria cul mi na, por meio de uma "cons ti tu i ção ci dadã", com a cri a ção do SUS.O pro fes sor não é mais o cen tro do pro ces so pe da gó gi co, seu sa ber não é mais su fi ci en te para as ne cessi da des bi op si cos so ci a is, que re que rem ações e in ter ven ções que con si de rem um con tex to am pli a do. A do en ça como es tru tu ra fun da men tal do pro ces so de apren di za do pas sa a ser subs ti tu í da pela sa ú de.A ge ra ção de co nhe ci men to, res pon sá vel pelo avan ço bi o ló gi co no cam po da sa ú de e que foi a gran de res pon sá vel pela re vo lu ção na ciên cia mé di ca do sé cu lo 20, não é su fi ci en te para re sol ver as de man das da aten ção pri má ria e me lho rar sua re so lu bi li da de. Essa ma triz ge ra da pelo co nhe ci men to car te si a no pre ci sa ser am pli a da, e, as sim, sur ge mais um de sa fio aos pro fes so res da área da sa ú de: valo ri zar, in cen ti var e aper fe i ço ar a pes qui sa clí ni ca.
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