Objective: The study aimed to describe the epidemiological profile of the homeless population and report the social impact on healthcare services provided by a voluntary initiative during one-year of follow-up. Method: This is an investigational study, carried out in an important capital-city of southern Brazil, which included 509 individuals in 2019. Findings were divided into three segments: sociodemographic, substance use/abuse and impact on healthcare. Results: The sociodemographic profile found was predominantly male, white, single, heterosexual, educated in elementary or high school, in regular use of legal and/or illegal substances, and living as homeless for less than a year. The impact of assistance provided on the perception of individuals who returned in subsequent actions was evident. Conclusion: The significant increase in the number of homeless people in large urban centers can benefit from the support of non-profit organizations to address the deficiencies faced in accessing basic health services. Based on this, we seek to advance in the development of new policies that improve local healthcare for the vulnerable population, to be more assertive to their needs.
Introdução: A população em situação de rua é vulnerabilizada por diversos fatores que determinam ou condicionam sua saúde e ocasionam aumento dos índices de comorbidades clínicas, entre elas as doenças mentais, crônicas e infectocontagiosas. A marginalização dos indivíduos que se encontram em situação de rua abre uma lacuna na assistência em saúde que, por vezes, é suprida por organizações sem fins lucrativos que exercem um papel social elementar. Objetivo: Mapear o perfil clínico da população em situação de rua de Curitiba (PR) atendida por iniciativa voluntária no período de um ano. Métodos: Trata-se de um estudo observacional descritivo de base documental realizado com fichas clínicas dos 509 pacientes maiores de 18 anos e que tiveram seu primeiro atendimento médico realizado pela Associação Médicos do Mundo, filial Curitiba (PR), no ano de 2019. Resultados: Indivíduos do sexo masculino, de etnia branca, faixa etária entre 36 e 45 anos, que cursaram o ensino fundamental e que se encontravam havia menos de um ano em situação de rua foram as condições sociodemográficas predominantes. As principais queixas motivadoras da procura pelo atendimento foram dor (45,19%), lesões cutâneas (15,71%) e queixas oftalmológicas (6,68%). Parte dos indivíduos mostrou acometimento crônico por hipertensão arterial sistêmica (9,03%), HIV/AIDS (3,53%) e diabetes mellitus (3,53%). Também foi identificada quantidade significativa de relatos de histórico de traumas físicos (59%). Encontrou-se correlação estatística entre hipertensão e medicamentos de uso contínuo (p=0,001). Menos que 10% dos indivíduos procuraram atendimento médico por queixas de saúde mental. Das mulheres que fizerem parte do estudo, 70% relataram fazer uso de substâncias e aproximadamente metade delas, uso regular de medicamentos. Já o uso de anticoncepcionais foi relatado por uma minoria delas (18,57%). Conclusões: As queixas de dor, as lesões cutâneas e as demandas oftalmológicas foram os principais motivadores da procura por ajuda médica pela população em situação de rua, além da prevalência de hipertensão arterial sistêmica como doença crônica. Os achados podem auxiliar e direcionar ações em saúde voltadas para essa população marginalizada.
Introdução: A síndrome neurológica pós-malária (SNPM) é uma complicação rara que acomete indivíduos previamente infectados pelo Plasmodium falciparum ou Plasmodium vivax. As manifestações neurológicas são vastas, tendo múltiplos diagnósticos diferenciais, incluindo patologias de mau prognóstico. A fisiopatologia ainda é incerta, sendo relacionada a mecanismos autoimunes ou até mesmo ao uso de antimaláricos, o que reforça a necessidade de mais estudos para esclarecer a correlação entre PMNS e o uso desses medicamentos. Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica acerca das causas, apresentação clínica e diagnóstico da SNPM. Materiais e Métodos: Revisão integrativa nas plataformas PubMed e Scielo, utilizando os descritores do Decs e do MeSH, limitando-se a produções de 2017 a 2021. Foram buscados os termos: “síndrome neurológica pós-malária”, “sistema nervoso e malária” e “malária cerebral”. Resultados: A SNPM é significativamente mais frequente em pacientes com a forma grave da doença. Tem início cerca de 15 dias após a eliminação total do parasita, mas pode se manifestar em até 2 meses após o quadro de aparasitemia, fato que a diferencia da malária cerebral. A clínica inclui febre, confusão, convulsões, psicose, mioclonia, afasia, tremores e sintomas cerebelares. Na maioria dos casos há alterações no encefalograma e acometimento de substância branca na ressonância magnética, sugerindo encefalomielite disseminada aguda (EDA) ou encefalite autoimune. Na análise do líquor, pode haver pleocitose linfocítica e hiperproteinemia. Conclusão: A SNPM, apesar de rara e autolimitada, deve ser considerada entre os diagnósticos diferenciais devido à sua possível subnotificação, especialmente entre aqueles pacientes com histórico recente de recuperação de malária que, posteriormente, evoluíram para um quadro neurológico. Ademais, a similaridade clínica entre SNPM e EDA – outra complicação neurológica da malária – demonstra a importância de serem criados critérios diagnósticos bem definidos, principalmente nas regiões endêmicas desta patologia. Ainda, apesar da suspeita que a mefloquina usada no tratamento para malária seja um fator de risco para SNPM, faltam estudos conclusivos que esclareçam se há associação entre esses dois fatores. Isto reforça a necessidade de maior investigação para alternativas farmacológicas no tratamento da malária, uma doença notadamente negligenciada no Brasil.
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