RESUMOEste estudo teve como objetivo avaliar a associação entre hiperlipidemia e dieta de nipo-brasileiros de Bauru, município do Estado de São Paulo. Foram obtidos de 1.330 indivíduos dados mediante questionários previamente testados (dados demográficos e dietéticos). Os exames físicos e laboratoriais incluíram a coleta (ou dosagem) antropométrica, de pressão arterial, de glicemia de jejum e de 2 horas, de perfil lipídico e de TSH e T4 livre. Utilizaram-se teste qui-quadrado e medida de odds ratio para avaliar associação entre as variáveis estudadas e presença de hiperlipidemia. Foi encontrado 81,5% de hiperlipidêmicos e acometeu, principalmente, indivíduos tabagistas, com excesso de peso, hipotireoidismo, hipertensão arterial e intolerância a glicose. Observaram-se, mediante análise bruta, relações entre hiperlipidemia e ácido graxo saturado, ácido oléico e fibras de grãos e cereais. Após o ajuste para as variáveis de controle, observaram-se associações entre hiperlipidemia e consumo de lípides (totais, ácido oléico, saturados e trans), fibras e álcool. Conclui-se que mudanças no estilo de vida, particularmente no hábito alimentar, podem levar a uma melhora do quadro hiperlipidêmico e que o consumo de lípides pode ser um dos principais fatores para o aumento da hiperlipidemia. Estudos prospectivos auxiliarão para testar essas hipóteses nos nipo-brasileiros de Bauru. This study aimed at evaluating the association between hyperlipidemia and dietary patterns of Japanese Brazilians with and without hypothyroidism from Bauru, city in the State of São Paulo. We evaluated 1,330 individuals by means of demographic and dietary measurement, whom were gotten through standardized questionnaires previously tested. Clinical examination and laboratory data were anthropometry, blood pressure, fasting and 2-h glucose load, lipid profile and TSH and free T4. The chi-square and the odds ratio were used to evaluate associations between hyperlipidemia with studied variables. The prevalence of hyperlipidemia was 81.5% and it was associated with smokers, overweight, hypothyroid, hypertensive and glucose intolerants. We observed, in crude analysis, relationships with the presence of hyperlipidemia and fat saturated, oleic acid and dietary fiber from grains and cereals. After adjusting for the control variables, we observed relationships between hyperlipidemia (hypercholesterolemia and hypertriglyceridemia) with habitual intake of total fat, oleic acid, saturated fat, trans fat, dietary fiber and alcohol. As a conclusion, changes in the style of life, particularly in the dietary habits, can improve lipidic profile and that lipids intake can be a risk factor for hyperlipidemia. Prospectives studies will help test the hypothesis in Japanese Brazilians from Bauru. (Arq Bras Endocrinol Metab 2007;51/4:547-558)