A educação superior na área da saúde vem passando por profundas mudanças para acompanhar as correntes de pensamento que norteiam a formação do profissional e do docente. Novas tendências pedagógicas apontam a necessidade da formação de um profissional crítico-reflexivo, capaz de transformar sua realidade social. Este artigo trata-se de um relato de experiência que teve por objetivo apresentar as vivências no desenvolvimento de um seminário durante uma disciplina do mestrado, no curso de Pós-Graduação em Enfermagem, ao abordar o tema Metodologia Ativa como a Problematização e a Aprendizagem Baseada em Problemas, por meio da utilização do Arco de Charles Maguerez, seguindo as etapas de observação da realidade, pontos-chave, teorização, hipótese de solução e aplicação na realidade. Essa experiência vivida, a partir da proposta pedagógica, foi significativa e possibilitou aos alunos/docentes repensar e reconstruir suas próprias práticas pedagógicas.
Foi realizada uma revisão integrativa com o objetivo de identificar a contribuição das pesquisas desenvolvidas, em âmbito nacional e internacional, sobre a percepção do parto normal e cesáreo pelas mulheres que os vivenciaram. A busca dos artigos ocorreu nas bases de dados MEDLINE, LILACS, BDENF, CINAHL e INDEXPSI, no período de 2000 a 2009, sendo selecionados e analisados 17 estudos. Os estudos apresentam percepções positivas e negativas das mulheres sobre os dois tipos de parto, tais como o protagonismo da mulher e a melhor recuperação no parto normal, a ausência de dor na cesárea, a insatisfação com a assistência recebida; assim como recomendações para a prática obstétrica e sugestão de novas pesquisas. Os resultados apontam aspectos assistenciais que podem contribuir para a satisfação das mulheres e a necessidade de outras investigações para compreender melhor a multidimensionalidade do processo de parto, seja normal ou cesáreo.
Tratou-se de uma pesquisa convergente-assistencial, realizada numa maternidade da Região Sul do Brasil entre abril e maio de 2009, objetivando compreender o significado do contato precoce pele-a-pele mãe-filho para o ser-mãe, identificar características do estabelecimento desse contato e contribuições da enfermagem. Os dados foram coletados pela observação participante e entrevista, com nove mães, identificando-se quatro categorias: a) orientações acerca do contato pele-a-pele precoce mãe-filho antes do nascimento; b) estabelecimento do contato precoce pele-a-pele mãe-filho; c) significado do contato pele-a-pele precoce mãe-filho para o ser-mãe; e d) contribuições da enfermagem no estabelecimento do contato precoce pele-a-pele mãe-filho. Conclui-se que o significado do contato precoce mãe-filho atribuído pelas mães é positivo, e a contribuição da enfermagem no estabelecimento desse contato é significativa.
Pesquisa bibliográfica com objetivo de identificar estado da arte da produção publicada sobre atuação da enfermeira obstétrica no processo do nascimento, contribuir para futuras investigações e auxiliar nas reflexões sobre esta temática. Levantamento bibliográfico no LILACS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO. Descritores utilizados: enfermeiras obstétricas, trabalho de parto, parto, assistência de Enfermagem. Selecionados 05 trabalhos, posteriormente catalogados em fichas bibliográficas. Temas selecionados: regulamentação da profissão; atendimento; assistência prestada; vínculo estabelecido; ações educativas; atividades administrativas; dificuldades. Embora os estudos reconheçam esta profissional como capacitada, respaldada legalmente, prestando assistência humanizada, resgatando o parto normal, proporcionando dignidade, segurança e autonomia à parturiente, muito ainda precisa ser escrito para que a mesma adquira autonomia e respeito ético-legal por parte dos profissionais de saúde e clientela.
Os objetivos do estudo foram identificar modelos de assistência obstétrica em gestantes de risco habitual na Região Sul do Brasil, estimar os fatores associados a esses modelos e os desfechos maternos e neonatais. Realizou-se estudo seccional a partir da pesquisa Nascer no Brasil, de base hospitalar, que envolveu puérperas e recém-nascidos. Foram identificadas 2.668 gestantes de risco habitual. Procedeu-se a uma análise exploratória, com a utilização da proporção de práticas por hospital, entre elas o desencadeamento do trabalho de parto, a presença de acompanhante, a cesárea e o contato pele a pele, para a obtenção de modelos de assistência obstétrica denominados Boas Práticas, Intervencionista I e Intervencionista II. Em seguida, realizou-se uma análise inferencial das características associadas. Os resultados mostraram que o acesso ao financiamento público ou privado, os fatores culturais e a atuação dos profissionais de saúde apresentaram associações com os modelos de assistência. A assistência pública apresentou diferentes contextos: um primeiro, alicerçado em políticas públicas e na prática baseada em evidência; um segundo, baseado na intencionalidade pelo parto vaginal, sem considerar os princípios de humanização. Já a assistência privada é padronizada e centrada no profissional médico, com maiores níveis de intervenção. Conclui-se que há predomínio dos modelos de assistência obstétrica intervencionistas na Região Sul do Brasil, uma assistência na contramão das melhores evidências, e que as mulheres assistidas em hospitais públicos possuem mais chance de serem beneficiadas com as boas práticas.
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