Este estudo objetivou revisar a epidemiologia brasileira da mortalidade por câncer de mama feminino no período entre os anos de 2009 e 2019, apresentando as principais características do perfil da doença no país e analisando a influência de variáveis socioeconômicas e demográficas sobre os registros fatais. Trata-se de um estudo ecológico e descritivo, norteado por dados obtidos através da plataforma eletrônica do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O número de mortes foi progressivo ao longo do intervalo avaliado e a média de óbitos destes anos foi igual a 15.095, destacando-se, dentro desse valor, um percentual de 98,85% referente à mortalidade feminina, enquanto, em homens, o encontrado foi de apenas 1,15%. Quanto à distribuição dos óbitos femininos entre macrorregiões brasileiras, o sudeste representou 51,01% dos 164.153 verificados em todo o país. A população que respondeu pela maior parte das mortes foi composta por mulheres com idades entre 50 e 59 anos, de cor branca (59,66%) e com 8 a 11 anos de estudo (20,74%). O câncer de mama ainda responde pela maior causa de óbitos por neoplasias malignas em mulheres. Aspectos como raça, escolaridade e a composição das macrorregiões brasileiras impactam, anualmente, na elevação da taxa de óbitos pelo câncer de mama, sobretudo pela influência do contexto socioeconômico, restringindo o acesso aos serviços de saúde e ao atendimento médico qualificado, fato que indica que a vulnerabilidade social é importante entrave para o alcance da efetiva promoção da saúde no país e do controle da mortalidade pela neoplasia maligna de mama.
A mortalidade materna, expressa pela razão de mortalidade materna (RMM), é um indicador das condições de saúde da mulher, servindo para avaliar seu acesso à assistência à saúde e a efetividade desse sistema em responder às necessidades desta população. Dessa forma, faz-se necessário uma análise das taxas e tendências da mortalidade materna, não somente por estimar os riscos no ciclo gravídico-puerperal, como também por refletir a saúde da mulher, que está intimamente relacionada com seu estado socioeconômico. Nesse contexto, o presente estudo é relevante no sentido de contribuir com mais conhecimentos sobre o tema, podendo servir como subsídio para a implantação de medidas para melhorar a assistência, a prevenção e o controle das doenças que afetam essa população.
Ao longo da evolução da história natural do lúpus eritematoso sistêmico (LES), mais da metade dos pacientes manifestam sinais e sintomas sugestivos de comprometimento do sistema respiratório. Em grande parte dos casos, tosse, dispneia e pleurisia são as pistas diagnósticas iniciais. Uma manifestação respiratória pouco relatada em associação ao LES é a síndrome do pulmão encolhido (SPE), cujos mecanismos fisiopatológicos presentes são diversos e ainda pouco esclarecidos, tendo destaque a ocorrência de uma disfunção diafragmática de causa neuromuscular. A SPE caracteriza-se pela presença de uma tríade, composta por dispneia, redução dos volumes pulmonares e alterações funcionais restritivas, apresentando uma prevalência desconhecida em razão dos poucos casos registrados na literatura. Diante desse contexto, este artigo objetivou relatar o caso de uma paciente jovem que manifestou alterações do sistema respiratório, cuja investigação clínica resultou no diagnóstico da SPE.
A psoríase consiste em uma das doenças inflamatórias imunomediadas mais comuns em seres humanos, com prevalência variando de 0,11% a 8,5% na dependência da população analisada. A investigação da associação entre psoríase e fatores de risco para a saúde cardiovascular foi iniciada no último século e, desde então, pesquisas têm apresentado resultados variados. Entretanto, recentes meta-análises e estudos de coorte confirmaram que se trata de uma associação estatisticamente significativa. Os artigos utilizados nesta revisão bibliográfica foram pesquisados nas bases de dados National Library of Medicine (PubMED), Google Acadêmico e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e publicados entre os anos 2000 e 2021. Novas evidências científicas reforçam a existência de associação da psoríase com comorbidades que elevam o risco de o indivíduo desenvolver doenças cardiovasculares, incluindo componentes da síndrome metabólica, como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, obesidade e dislipidemia. Em razão de a psoríase relacionar-se a um estado de inflamação sistêmica que gera repercussões no aparelho cardiovascular, é importante conscientizar os profissionais médicos sobre a aterosclerose em pacientes psoriáticos, para que intervenções terapêuticas precoces e medidas preventivas possam ser implementadas.
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