O turismo representa um fenômeno contemporâneo complexo, associado a dimensões econômicas, sociais, ambientais, éticas, políticas e simbólicas e, para a sua interpretação, se pressupõe uma leitura teórica multidimensional e, por consequência interdisciplinar, mediada por uma perspectiva política crítica. Mas apesar disso, as políticas públicas de turismo são predominantemente desenvolvidas pela lógica de mercado ou por um viés econômico e dissociadas das demais políticas setoriais, o que tende a mascarar algumas questões essenciais em planejamento turístico. Com base nesses antecedentes, o presente artigo tem como objetivo mapear, preliminarmente, as tendências globais, em termos de políticas públicas dirigidas à conservação da biodiversidade, em sua articulação com o turismo, com ênfase nas áreas protegidas. A pesquisa qualitativa foi orientada por levantamento e análise bibliográfica e documental, considerando o período de 1992 - pactuação da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) - e 2019, marco de inflexão do início da Pandemia da Covid 19. Pela análise realizada é possível afirmar que são evidentes os esforços, no plano global, desde a CDB, para a articulação entre as políticas públicas de conservação da biodiversidade e turismo. No entanto, esse movimento é ainda incipiente diante dos riscos crescentes à biodiversidade e da urgência para a retomada do turismo, em bases sustentáveis, no contexto pós Pandemia da Covid 19.
Frente a los impactos socio ambiéntales generados por el turismo contemporáneo, el turismo étnico indígena comienza a entrar en discusión como un camino posible para la conservación de los recursos naturales y de las tradiciones culturales. Así, basándose de una investigación bibliográfica y documental para la construcción de una definición preliminar acerca del tema, este artículo tiene como reto interpretar, críticamente, como se expresa la noción de turismo étnico indígena, en la producción académica nacional y las narrativas de políticas públicas, con enfoque en la Instrução Normativa nº.03/2015, el instrumento legal de referencia acerca del tema en Brasil. Los resultados de esta investigación parecen indicar que aún no existe una perspectiva conceptual consensual sobre el turismo étnico indígena, aunque sean muchas las posibilidades en esta dirección, los retos para su consolidación en el país también son ilimitados. La errónea caracterización cultural y el desarrollo de mecanismos para el fortalecimiento del protagonismo en las poblaciones indígenas en la implementación de proyectos turísticos en sus territorios constituyen ejemplos de los desafíos en este sentido.
Nos últimos anos, o turismo vem sendo interpretado, pelas narrativas oficiais da gestão pública brasileira, como uma via possível para o desenvolvimento socioeconômico e para a inclusão social. Desta forma, muitas experiências vem ocorrendo no mundo com este objetivo, dentre as quais, aquelas relacionadas ao denominado turismo de base comunitária ou TBC, que, em tese, busca o desenvolvimento das localidades turísticas, a partir de premissas centrais de conservação dos recursos naturais, valorização da cultura e protagonismo local. Sob essa inspiração, este artigo tem por objetivo analisar a maneira pela qual as premissas conceituais relativas ao TBC vêm sendo expressas nas narrativas de políticas públicas de turismo, no caso brasileiro, buscando contribuir para a construção de uma linha de base para orientar um debate qualificado sobre o tema, em um cenário pós-pandemia da Covid-19. Para tal, a metodologia adotada partiu de pesquisa bibliográfica e documental, considerando, como universo de análise, as políticas públicas de turismo, no período entre 2003 e 2018. A análise realizada sugere que, apesar de algumas das premissas teóricas que orientam o TBC estarem expressas nos documentos mais recentes, de maneira geral interpretado, predominantemente, pela lógica do mercado nas narrativas de políticas públicas, em contradição com a base teórica, que tem orientado o debate sobre o tema. Assim, considerando essa tendência e, em um cenário de incertezas pós-pandemia da Covid-19, parece evidente o risco de instrumentalização dessa prática nas narrativas oficiais, para atender aos interesses do mercado, por meio do falso discurso de combate às desigualdades sociais.
As diversas facetas que constituem a policrise contemporânea, expressa em dimensões ambientais, econômicas, políticas, sociais entre outras, têm afetado diretamente a todos, ainda que, certamente, em níveis e de modos distintos. Considerando que o incontornável enfrentamento dessa policrise demanda compreender, mas também atuar sobre as sinergias que a engendram, a pactuação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 se configura em um caminho estratégico para a implementação das transformações necessárias para que pessoas e coletividades vivam com mais qualidade no século XXI. A partir dessa premissa, o artigo objetiva discutir os desafios da educação para o empreendedorismo turístico em articulação com a implementação dos ODS na Década da Ação. O percurso metodológico partiu de pesquisas bibliográfica e documental, considerando como temas de análise o turismo, o empreendedorismo e o empreendedorismo turístico. Foi realizada ainda uma busca no Portal de Periódicos CAPES/MEC, no período entre 2015 e 2021, com foco no contexto brasileiro da produção científica sobre o empreendedorismo turístico. Para ilustrar a pesquisa bibliográfica e documental realizada e no sentido de enfocar as práticas da educação para o empreendedorismo turístico, é apresentado o caso da Jornada 2030 de Negócios e Gestão do Turismo no Estado do Rio de Janeiro, projeto de Extensão desenvolvido no CEFET/RJ. Como resultado, foi identificado que as lacunas de pesquisa sobre o empreendedorismo turístico, incluindo articulações com temas da sustentabilidade, constituem-se um desafio estruturante para a educação para o empreendedorismo turístico na Década da Ação. Se identificou, ainda, a urgência na divulgação e no desenvolvimento de ações de territorialização dos ODS articuladas à educação para o empreendedorismo turístico.
A Agenda da Biodiversidade representa não apenas a garantia de desenvolvimento, em bases sustentáveis, mas também, e principalmente, uma via para um futuro desejável, em um cenário preocupante de incertezas geopolíticas. Isso porque a manutenção do equilíbrio ecológico representa premissa essencial para a sobrevivência humana e para o futuro da sociedade global (SCBD, 2020a), não só pelo valor intrínseco e sagrado da natureza para a existência de muitos povos e populações tradicionais (Fernandes-Pinto e Irving, 2017), como também pelos denominados "serviços ecossistêmicos", como a regulação climática, entre inúmeros outros benefícios de sua utilização. Assim, os riscos à biodiversidade representam um sério problema a ser enfrentado pela sociedade contemporânea, considerando o sentido de irreversibilidade associado ao processo de extinção de espécies (Joly et al., 2011) e seus efeitos na dinâmica ecológica e socioeconômica. Por essa razão, inúmeros movimentos da sociedade vêm se organizando, nas últimas décadas, para enfrentar essa tendência preocupante do declínio de espécies e de habitats, reconhecida como um problema de alcance global desde a década de 1990 (Hannigan, 2009).Reconhecendo-se ser a pauta da biodiversidade essencial para o próprio futuro da humanidade, no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), a Rio-92, foi pactuada a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) (UN, 1992), principal marco jurídico de alcance internacional com esse objetivo que, desde a sua entrada em vigor, em 1993, vem
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