A sala de aula invertida consiste de um arranjo didático no qual os estudantes têm contato prévio com os conteúdos e dedicam o tempo em classe para tarefas de operacionalização e aplicação dos conhecimentos. Por meio de materiais produzidos e/ou disponibilizados antecipadamente pelos professores, quase sempre com mediação de tecnologias digitais, abrevia-se a tradicional aula expositiva e focaliza-se o encontro presencial em metodologias de aprendizagem ativa. O número de experiências e pesquisas sobre a sala de aula invertida vêm crescendo, mas a precedência e a extrapolação dos resultados positivos tornam questionável a rápida acolhida acadêmica e midiática do modelo. Derivado de uma ampla revisão bibliográfica, este ensaio busca compilar e repercutir visões teóricas e resultados empíricos críticos à sala de aula invertida. São apresentadas sete teses que ilustram a necessidade de atenção, aprofundamento e parcimônia quando da adoção e defesa dessa estratégia por pesquisadores, professores e instituições de ensino.
Sob premissas de centralização do processo ensino-aprendizagem no estudante e do rompimento com a tradição expositiva, a sala de aula invertida (SAI) se apresenta como uma tendência educacional no ensino superior. Nesse modelo didático, os alunos estudam antecipadamente os conteúdos, a partir de materiais preparados e encaminhados pelo professor, e destinam o tempo em sala para a operacionalização do conhecimento por meio de metodologias ativas. Os resultados das pesquisas com estudantes estrangeiros são significativos e vêm tendo forte repercussão acadêmica, particularmente nas ciências exatas. No entanto, permanecem insuficientes as evidências colhidas com professores e em contextos peculiares, como o das universidades públicas no Brasil. Este artigo relata duas experiências com a SAI, no primeiro semestre de 2017, nas disciplinas Geometria Analítica e Física Introdutória de um curso de Licenciatura em Ciências Exatas. Com intenção vicária e exemplar, os docentes responsáveis compartilham sua familiaridade com a proposta, descrevem suas opções metodológicas, e apresentam evidências da prática que sugerem potencialidades e desafios para a adoção e a implementação da SAI.
O microscópio não foi apenas fruto da inteligência e engenhosidade humana, mas um verdadeiro e poderoso exemplo de como aparatos técnicos transformaram o conhecimento e a cultura. O instrumento, nascido do espírito de mecanização do universo e também em resposta a necessidades da vida prática, tardou a se tornar uma ferramenta de observação científica e só o fez pelas peculiares mãos de um indivíduo sem formação científica. O microscópio ajudou a libertar a Biologia das amarras do fisicismo mecânico e contribuiria para torná-la uma ciência imprescindível na explicação do mundo. Entre os séculos 17 e 19, toda a organização das áreas de conhecimentos biológicos recebeu influência, direta ou indireta, do advento e refinamento do microscópio e de seus resultados. E mais do que revelar os mundos que se mantinham inacessíveis aos sentidos humanos, olhar e ver pela(s) lente(s) do microscópio tornou possível a produção de novas realidades sobre as quais ciência iria se debruçar.
Este artigo relata a concepção e as atividades de um projeto de extensão nascido em 2014 em um câmpus da Universidade Federal do Paraná no interior do estado. O projeto originou-se da carência de iniciativas de divulgação e popularização de ciência e tecnologia na cidade de Jandaia do Sul e no Vale do Ivaí. Desde seu início, foram alcançadas aproximadamente 22000 pessoas (fisicamente), 6500 visualizações em vídeos, 830 seguidores e 500 inscritos por meio de suas redes sociais, 18 escolas, colégios e instituições comunitárias além de dois núcleos regionais de educação. Fizeram parte de sua equipe 30 estudantes dos cinco cursos de graduação do câmpus, entre voluntários e bolsistas, e 11 professores.
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