Este trabalho busca problematizar a relação sujeito-trabalho na sociedade contemporânea. De início, analisa as configurações dessa relação na história do ocidente, em especial a partir do final do século XVII. Num segundo momento, discute as especificidades dos novos processos de trabalho que vêm se consolidando em quase todo o planeta. A partir desse exame, constrói-se uma análise sobre as diferentes implicações sociopolíticas e subjetivas desta nova realidade da organização produtiva capitalista.
Resumo O estudo tem por objetivo problematizar os processos de aprendizagem de adultos trabalhadores na educação profissional em saúde. Considerando-se que a formação do trabalhador da saúde deve ampliar o horizonte dos alunos para além da biomedicina, tomam-se como referência os estudos de Kastrup sobre cognição inventiva. Estes estudos nos ajudam a pensar uma formação distinta daquela centrada em conteúdos e técnicas. A pesquisa foi desenvolvida com base em análise de documentos produzidos por alunos e professores do Curso de Técnico de Agente Comunitário de Saúde no Rio de Janeiro em 2017. Também são analisadas entrevistas com alunos. As análises mostraram como diferentes estratégias pedagógicas favoreceram a formação de sujeitos-trabalhadores sensíveis e comprometidos com a construção de práticas de saúde que não se constituem apenas no saber biomédico. Percebeu-se que o trabalho realizado possibilitou que os alunos problematizassem as relações entre educação, cultura e saúde, e, com isso, colocassem em questão suas práticas de saúde já naturalizadas. Estas experiências criaram a possibilidade de os alunos ‘não serem mais os mesmos’ e se fortalecerem na construção de um Sistema Único de Saúde e uma sociedade diversos.
Neste artigo, o foco está direcionado para a trajetória formativa do técnico em hemoterapia. Por meio de um estudo comparado, foi realizada uma análise de documentos referentes ao processo de institucionalização do curso técnico em hemoterapia. O referencial teórico-metodológico utilizado na pesquisa foi o do materialismo histórico, tendo por eixo norteador o conceito de qualificação oriundo da sociologia do trabalho. O material analisado é composto por um parecer emitido pelo Conselho Federal de Educação, pelo Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) e pelo Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (PROFAPS). Desde a regulamentação do curso na década de 1990, a oferta do curso técnico em hemoterapia não se consolidou, bem como a regulamentação da profissão ou da ocupação. O que se pode depreender deste estudo é que os desafios tanto para a formação quanto para a profissionalização do técnico em hemoterapia estão postos e não são poucos. Isso porque a prática real da atividade do técnico em hemoterapia acontece no cotidiano dos hemocentros e laboratórios em geral.
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