Diante da onipresença das tecnologias digitais móveis na vida das crianças, observa-se que são produzidos novos modos pelos quais a criança explora o mundo. Este estudo qualitativo, exploratório e descritivo pretendeu explorar o brincar com os tablets e seus desdobramentos. Participaram do estudo quatro crianças em idade pré-escolar (3 a 6 anos), residentes na região metropolitana de Porto Alegre, que faziam uso dos tablets em seu cotidiano. Observações de hora de jogo foram realizadas em três diferentes momentos em uma brinquedoteca. O estudo apontou que a criança prefere o brincar com tablets ao brincar não digital e que ele pode ser importante no desenvolvimento de algumas habilidades cognitivas. Entretanto, devido ao predomínio de um brincar criança-tela, prejuízos no desenvolvimento motor e nas interações interpessoais que acontecem no mundo real podem ser notados. A partir das observações constata-se que o brincar com tablets não se opõe ao brincar não digital, apenas acontece em um outro domínio e se apresenta como um novo e ainda pouco explorado universo representacional, podendo coexistir com outras modalidades de brincar.