Fruto de uma pesquisa realizada com jovens estudantes dos Cursos Técnicos Integrados do Campus Itaperuna no Instituto Federal Fluminense, o presente artigo debateu a importância das cotas no ensino e levantou questões atinentes aos desafios que a Lei nº 12.711/12 colocou à permanência dos alunos cotistas na respectiva instituição. Baseada em 22 entrevistas, a pesquisa constatou, primeiramente, que boa parte dos entrevistados tinha uma percepção positiva a respeito da lei de cotas, vista como uma importante política de inclusão e reparação histórica. Em segundo lugar, observou que muitos dos participantes compreendem que apenas garantir o acesso com as cotas não é suficiente, sendo também necessário criar condições efetivas para assegurar a permanência desses alunos. Por fim, entre os desafios apontados à permanência, destacou-se o racismo, algo que está presente no dia a dia escolar e que afeta negativamente a vida do estudante negro, sobretudo o cotista, em função das desvantagens provenientes da desigualdade racial no país e da condição de vulnerabilidade socioeconômica.
As Ações Afirmativas (AA) têm sido consideradas como um importante instrumento de igualação em sociedades marcadas por desigualdades. As primeiras experiências de AA foram na Índia na década de 1940, mas elas ganharam notoriedade nos EUA durante a luta pelos direitos civis dos anos 60. No Brasil, por razões históricas, essa discussão só ganhou corpo durante o processo de redemocratização. Foi a Constituição Federal brasileira de 1988 que deu embasamento às primeiras ações positivas de enfrentamento à discriminação, ao preconceito e à exclusão social, educacional e política de grupos historicamente alijados do poder. Uma dessas medidas é a Lei de Cotas de 2012 que tem garantido o acesso à educação a segmentos sociais e raciais em situação de exclusão e vulnerabilidade, constituindo-se, dessa forma, como uma relevante ferramenta de inclusão sociorracial.
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