Resumo As questões abordadas no artigo estão relacionadas com o tema do trabalho e autonomia no trabalho em saúde. Questiona-se sobre a possibilidade de criação de espaços de autonomia para os trabalhadores em contextos de padronizações e normatizações advindas das políticas públicas, mas também dos condicionamentos decorrentes dos processos históricos de reestruturação do trabalho em saúde. A perspectiva teórica adotada atenta para as condições de resistência, de lutas e de atuação ativa dos trabalhadores nos espaços de concepção e de execução dos processos de trabalho, mas não relativiza a importância dos condicionamentos estruturais nesse processo. Assim, afirma-se a importância de não se tomar a autonomia no trabalho como um dado, nem como um ausente, mas como uma construção social que decorre da experiência concreta dos trabalhadores em saúde. Sem negar a importância de estudos que enfatizam o protagonismo dos sujeitos no trabalho em saúde, a análise destaca, portanto, os condicionamentos estruturais na análise do trabalho e da autonomia (possível) dos trabalhadores em saúde.
O artigo analisa as repercussões de dinâmicas regionais de desenvolvimento sobre o trabalho e a organização dos mercados urbanos de trabalho. Trata-se de compreender como diferentes dinâmicas regionais de desenvolvimento condicionam as configurações dos mercados urbanos de trabalho, influenciando não somente na definição de padrões de inserção (emprego e desemprego), mas também na própria distribuição dos empregos entre os diferentes setores econômicos, no tipo de qualificação profissional exigida e nos salários pagos aos trabalhadores.
Resumo: O artigo analisa como dinâmicas regionais de desenvolvimento condicionam a organização dos mercados de trabalho, mas, também, as condições de trabalho das pessoas que vivem do trabalho. Tomando como referência empírica uma pesquisa realizada em cidades da Microrregião de Santa Cruz do Sul (RS), cuja economia é fortemente dependente da produção agroindustrial de tabaco, atenta-se para o modo como as particularidades regionais contribuem para a definição das formas de empregabilidade e de uso da força-de-trabalho, mas, também e inclusive, das formas de desemprego.Palavras-chave: Dinâmicas regionais. Mercado de trabalho. Emprego. Desemprego, Condições de trabalho.
marco14cadona@hotmail.comAbstract: The article analyzes how regional development dynamics affect the organization of labor markets, but also the working conditions of people living labor. Taking as empirical reference research conducted in towns of micro-region of Santa Cruz do Sul (RS), whose economy is heavily dependent on tobacco agro-industrial production, attentive to how regional particularities contribute to defining the forms of employability and the use of forceof-work, but also and even the forms of unemployment.
O artigo apresenta a agenda de desenvolvimento defendida pela burguesia industrial para o Rio Grande do Sul durante os dois primeiros anos do governo estadual de Eduardo Leite (2019 – 2020). Publicações da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, tais como o semanário “A Semana FIERGS” e os documentos “Plataforma para um Brasil Industrial” e “Custo RS”, e de lideranças industriais em jornais de Porto Alegre, são tomadas como referências empírica da análise. Argumenta-se que nas eleições estaduais de 2018, a burguesia industrial no Rio Grande do Sul propôs uma agenda de desenvolvimento estruturada em cinco pontos: 1. Segurança jurídica para os investimentos privados; 2. Redução do tamanho do setor público; 3. Investimentos em infraestrutura e logística; 4. Política de inserção externa; 5. Desenvolvimento de uma cultura de empreendedorismo. No período analisado, essa agenda de desenvolvimento tornou-se estratégica na ação coletiva organizada pelas lideranças industriais, que mostraram capacidade política para articular seus interesses de classe como referências na definição de ações governamentais.
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