O trabalho analisa o alcance da produção camponesa e sua participação na oferta de alimentos nas cidades onde os assentamentos rurais foram implantados; neste processo foi necessário refletir sobre os caminhos da produção, assim, identificando os mecanismos que o capital tem se utilizado para sujeitar a renda da terra gerada pelos assentados. Partindo da vertente teórica que compreende a existência da questão agrária brasileira e concebe o campesinato enquanto classe social inerente ao capitalismo, a pesquisa se concretizou nos estudos empíricos, tendo nas entrevistas e nas informações da produção dos assentamentos rurais aporte significativo. Desse modo, os resultados apontaram para a relevância da democratização da terra, da importância dos assentamentos rurais e da produção camponesa, sendo esta última sentida de forma concreta na cidade, de tal modo, contribuindo com os mercados locais.
O trabalho analisa o papel e a importância do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) na luta dos camponeses, no Assentamento Primavera II (Mirandópolis, SP), contra sujeição da renda da terra que ocorre via monopolização do território pelo capital. Para isso, analisamos os caminhos de flexibilidade da comercialização, no caso em questão a venda da produção dos assentados ao PAA e a contribuição deste canal de comércio no processo de luta pela permanência na terra. A luz dos pressupostos teórico-metodológicos dos estudos da Questão Agrária brasileira realizamos trabalhos de campo, em que foram visitados 48 sítios. O trabalho conta, também, com informações obtidas em associações e em sites do governo, a saber: Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). No desenvolvimento do trabalho, utilizamos como principal caminho metodológico as fontes orais, pois entendemos os camponeses assentados como sujeitos, que constroem suas próprias histórias.
A ocupação de terras no Brasil, tem sido um importante instrumento no processo de luta pela terra, pela reforma agrária e formação dos assentamentos, logo possibilitando ao campesinato se apropriar de uma fração do território capitalista. Nesse sentido, reconhecendo a ocupação por terras como estratégia fundamental para a formação dos Projetos de Assentamentos e, consequentemente a recriação do campesinato, o trabalho tem como objetivo analisar a formação do Acampamento Nova Esperança, este, espaço de luta fundamental na formação do Assentamento Primavera II, situado no município de Mirandópolis (SP). Em específico, analisamos a trajetória e memórias do assentados, assim enfatizando as dificuldades vivenciadas sob a lona preta. Teoricamente, o trabalho pauta-se em autores que se debruçam ao estudar a questão agrária ainda não resolvida no Brasil, e o campesinato como classe que nasce e se reproduz a partir das contradições do desenvolvimento capitalista. Além da analise bibliográfica, utilizamos como caminho metodológico a pesquisa de campo, tendo como principal instrumento as entrevistas.
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