RESUMO. O ensino de Física ainda encontra muitos entraves na educação básica, principalmente pelas fortes resistências que encontramos dentro das suas metodologias, ainda centralizada no livro didático e na memorização de fórmulas e leis. Este manuscrito tem por objetivo apresentar os resultados das estratégias de ensino Júri Simulado e Tempestade Cerebral desenvolvidas no curso de Licenciatura em Educação do Campo (ênfase em Ciências da Natureza), especificamente na disciplina Fundamentos de Física III em duas turmas do 4º Período, no interior da Amazônia Paraense. Em uma turma utilizamos a estratégia Tempestade Cerebral, em outra a estratégia foi o Júri Simulado, no conteúdo Eletricidade. As análises foram a partir dos relatos dos alunos da turma e anotações realizadas pelo professor/pesquisador. Essas estratégias desenvolvidas possibilitaram a ruptura dos estereótipos presentes entre os alunos sobre as metodologias utilizadas por seus professores ao ensinarem conteúdos de Física, que pauta-se em aulas tradicionais expositivas, e com as estratégias utilizadas perceberam que as mesmas podem fazer a abordagem dos conteúdos de forma ampliada e, sobretudo os levam a uma compreensão crítica da realidade na qual estão inseridos.Palavras-chave: Estratégias de Ensino, Júri Simulado, Tempestade Cerebral, Ensino de Física, Educação do Campo.
Uma boa formação docente implica no processo de ensino e aprendizagem que qualifique e direcione o profissional para atuar em sua área de formação, mas não é raro encontrarmos professores em exercícios sem a formação na área, sobretudo nas escolas do Campo. Esse trabalho tem como objetivo geral analisar os reflexos da ausência de formação específica na atuação de docentes na disciplina de Ciências em escolas do campo, no município de Porto de Moz, Pará. Os interlocutores da pesquisa foram três professores que atuam nos anos finais do ensino fundamental com a disciplina de Ciências em escolas do campo. Além da observação e diário de campo, realizou-se entrevistas, a partir de um roteiro com perguntas semiestruturadas, que, a posteriori, foram gravadas e transcritas. Esses dados foram analisados numa perspectiva qualitativa, onde identificou-se que a predominância de professores sem formação na área de Ciências, falta de formação pedagógica e de apoio oferecido pela Secretaria Municipal de Educação, além de um quadro que revela a precarização do trabalho dos educadores que atuam no campo.
O objetivo da pesquisa foi identificar como os professores se posicionam em relação às políticas de formação dos docentes e se as formações que possuem possibilitam desenvolver práticas pedagógicas que contemplem a realidade das escolas do campo. Este estudo ocorreu mediante uma revisão bibliográfica e uma pesquisa de campo em uma escola municipal, situada na Rodovia BR 230 – Transamazônica, km 200, área rural de Placas (PA), onde a diretora, a coordenadora pedagógica e três docentes da referida escola responderam a um questionário, e os dados gerados foram analisados numa perspectiva qualitativa. A pesquisa aponta que devido à falta de oferta de cursos destinados aos professores do campo que contemplem seus distintos contextos, há o surgimento de inúmeros entraves para esse profissional desenvolver um bom trabalho, afetando assim, não só a qualidade profissional, mas a aprendizagem dos estudantes do campo. Além disso, acreditamos ser necessário fazer algumas reflexões a respeito das políticas de formação de professores no cenário brasileiro, pois embora percebamos que haja a manifestação de intenções quanto à formação inicial e continuada dos docentes na atualidade, é preciso considerar, de modo especial, aqueles que atuam nas escolas do campo, como forma de se ter uma educação efetivamente inclusiva para esses sujeitos.
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