RESUMO O campo da Educação, quando atravessado pela filosofia, arte e ciência, pode conectar-se ao universo das imagens diferindo intensivamente das suas usuais capacidades de pensar, imaginar, criar e inventar o novo, particularmente nas relações entre sujeitos e conhecimentos. Este texto pensa a urgência de apontar fissuras de uma constituição moderna fechada em uma estrutura de formação de um sujeito vinculado a conhecimentos autorizados a dizê-lo como verdade. Margeia as potências das imagens e seus possíveis efeitos em corpos e matérias de expressão, fora de uma percepção que não aja de modo conciliatório ou habitual com o que é sentido. Dialogando com referencial teórico das filosofias da diferença, sobretudo a de Gilles Deleuze, são escolhidos dois filmes como intercessores para o trabalho analítico e criativo que inspira deslocamentos das relações entre sujeitos e conhecimentos na educação. Para tanto, percorre linhas de fuga para pensar no intervalo, a partir da ideia de contraste e sua importante intensificação do “entre polos”: gênero, classificação, juízo. Pensa-se também pela imagem-infantil, conceito que nasce entre as margens do cinema, da educação e da filosofia com um estreito vínculo com os contrastes que dimensionam a infância e os seus sentidos lacunares.
As relações entre imagens e (re)cognição são destacáveis nas críticas sobre os primados da representação, um dos pilares das contribuições da filosofia de Gilles Deleuze para os estudos do campo da educação. A partir da proposição do conceito de imagem-contraste, que articula o visual e o sonoro na apresentação da imagem cinematográfica, apresentam-se neste artigo contribuições para se deslocarem os sentidos mais usuais de percepção do mundo e das aprendizagens derivadas da relação dos sujeitos sobre o real, dedicando-se especialmente à análise de um filme de Stanley Kubrick. Indicam-se características constituidoras da imagem-contraste que questionam uma natureza humana privilegiada quando se nomeiam os sujeitos da educação. Destaca-se também o uso da ironia em sua conexão com o humor, intensificando essa imagem-contraste.
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