O artigo discute as expectativas e aprendizagens de um coordenador pedagógico e as possibilidades de formação dos professores nas horas de trabalho pedagógico coletivo no contexto de um projeto de pesquisa que integra pesquisadores universitários e professores da escola básica interessados em compreender como os espaços coletivos da escola vão se constituindo e sendo apropriados pelos profissionais como experiências de formação. Os pesquisadores acompanharam os encontros de trabalho coletivo ao longo de um semestre assumindo-os como oportunidade de diálogo e produção de sentidos sobre o próprio trabalho coletivo e a formação docente, podendo reconhecer que a heterogeneidade do cotidiano, quando impede a hierarquização de prioridades frente às demandas da prática e às urgências da rotina, compromete um projeto de formação de professores orientado pela colaboração e pelo compromisso com a aprendizagem dos estudantes.
RESUMO:Este artigo é fruto de um projeto de pesquisa financiado pelo CNPq/CAPES com período de vigência 2013-2014, desenvolvido em uma escola que atende alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. O projeto tem como objetivo compreender aspectos relativos à formação de leitores e escritores na escola básica, uma vez que ele se preocupa com o ingresso de alunos ainda não alfabetizados no sexto ano. Como parte do projeto mais amplo, desenvolvemos um projeto de iniciação científica a fim de compreender como Bernard Charlot compreende a escola, lugar de formação de jovens, uma vez que para ele é na relação com o saber que os sujeitos participam de modos diferenciados do processo de reprodução social, significando sua experiência escolar e transformando a si próprio. Metodologicamente, as Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo com os professores e aulas que envolviam o trabalho com leitura e escrita foram gravadas durante o ano de 2013 para que pudessem ser analisadas. Tomamos também como material de análise as correspondências eletrônicas trocadas entre os professores e os pesquisadores, bem como os materiais postados em redes sociais das quais fazíamos parte. Neste texto, problematizaremos a sutil interface entre as avaliações de larga escala e a produção do fracasso escolar relacionando-a ao alarde midiático. Aponta-se a resistência dos educadores às atuais políticas de responsabilização em educação, as quais atravessam o trabalho pedagógico "amarrando" o currículo a certos conteúdos nem sempre significativos a determinadas comunidades escolares. Ressalta-se, nesse processo, a relevância do trabalho coletivo em detrimento às determinações oficiais prescritivas. PALAVRAS-CHAVE:Fracasso escolar. Avaliação da educação básica. Profissionais da educação.ABSTRACT: This article is the result of a research project funded by CNPq / CAPES period of 2013-2014, developed in a school serving students from elementary education II and high school. The project aims to understand aspects of the training of readers and writers in the elementary school, since it is concerned with the admission of students not literate in the sixth year. As part of the wider project developed a research project to understand how Bernard Charlot comprises a school, place of training of young people, since for him is in relation with the knowledge that subjects participating in different modes of the process social reproduction signifying their school experience and transforming
O artigo analisa o processo de reflexão acerca dos saberes e práticas pedagógicas de oito professoras que atuam em turmas de alfabetização na rede municipal de ensino de Capivari (SP) e estão em início da carreira, período compreendido entre o primeiro e o terceiro ano de sua trajetória docente (HUBERMAN, 1995; TARDIF e RAYMOND, 2000). Considerando o espaço de pesquisa também como espaço formativo no qual as docentes vão se constituindo e se (re)conhecendo professoras, nos limites deste texto nosso objetivo foi compreender suas inquietações e reflexões acerca dos próprios saberes e práticas, ou seja, da própria experiência. Assumimos como referencial teórico-metodológico as perspectivas histórico-cultural do desenvolvimento humano de Vigotski (2000) e enunciativo-discursiva de Bakhtin (1999, 2003), uma vez que ambas destacam a centralidade da linguagem do outro na constituição de nossa subjetividade. Os encontros foram realizados individualmente nas respectivas unidades escolares das professoras e totalizaram 56 horas de discussão, que foram audiogravadas, transcritas e registradas no diário de campo de uma das pesquisadoras. As análises do material nos permitem afirmar que a pesquisa colaborativa contribui para o desenvolvimento profissional das professoras iniciantes, uma vez que elas alteraram seus modos de ensinar ao estudarem e refletirem sobre as próprias práticas, a partir de um referencial distinto, a perspectiva discursiva, que se opõe ao construtivismo, pensamento hegemônico que circula nas escolas, modificando também os modos de aprender das crianças e sentindo-se, nesse movimento, mais seguras e capazes, tanto quanto seus alunos.
O objetivo deste trabalho fora compreender as relações entre a mediação docente e a atividade autônoma do sujeito no contexto das atividades de leitura na escola, elegendo as relações de ensino produzidas na sala de aula como o lugar de investigação. Ancoradas na perspectiva histórico-cultural de Vygotsky e na perspectiva enunciativo-discursiva de Bakhtin, problematizamos a importância do papel da professora e de seus modos de intervenção e de participação nesse processo por compreender que a autonomia, em uma perspectiva histórico-cultural, só é possível mediada pelos modos de ação do outro.
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