Artigos publicados em diversos jornais e revistas virtuais revelam os primeiros anos do século XXI como um período de especial importância para a circulação da literatura brasileira em tradução para a língua inglesa nos Estados Unidos, em especial. Parece-nos também que o cenário de lamentação constante causado pelo número limitado de traduções de literatura brasileira publicadas em inglês começou a sofrer alteração expressiva nos dezessete primeiros anos do século XXI. Neste artigo, procuramos compreender melhor a circulação da literatura brasileira no mundo anglófono, nos primeiros anos deste século. Para tal, tomaremos as ideias dos estudiosos André Lefevere e Johan Heilbron para examinar o caso da Brazilian Literature in Translation Series publicada pela Tagus Press, entre 2013 e 2014, nos Estados Unidos.
Ressaltamos que a quase inexistência de pesquisas historiográficas em autotradução nos força, inicialmente, à construção de "um registro de fatos" (Pagano, 2001: 127) e nos distancia, em princípio, de uma análise profunda do contexto sócio-histórico em que a atividade está inserida. Entretanto, ainda que estejamos, no 1 Parte deste texto foi apresentada no X Encontro Nacional de Tradução e IV Encontro Internacional de Tradução, realizado em Ouro Preto, em setembro de
Este livro oferece um panorama abrangente, preciso, bem fundamentado e atualizado da autotradução e suas diferentes motivações e realizações. Sem deixar de lado a referenciação e o rigor necessários e recomendáveis, o texto flui de forma tal que poderá atrair também o leitor não acadêmico. Aliando teoria à prática, a autora, no capítulo final, nos permite compartilhar de sua própria experiência como autotradutora de textos acadêmicos, quando revela, em estilo saboroso e coloquial – que de certa forma rompe com o tom mais objetivo e impessoal da pesquisadora observado nos capítulos anteriores –, seu diálogo interno com o autor do texto e consigo mesma, sua visão de tradução, suas estratégias… enfim, o que está por trás de suas escolhas tradutórias. E como bônus, no final do volume há um glossário, apresentando os principais conceitos utilizados, o que potencializa a utilidade da obra em cursos de tradução em geral.
In this article, we focus on the trajectories of exiled writers who act as self-translators and as “individuals who act purposefully in a social context” (Palumo 2009, 9). We discuss the extent to which exile has paved the way for self-translation and also transformed those exiled writers into individuals who act as self-translators, “ambassadors, agents” (Grutman and Van Bolderen 2014, 325) in the USA, “constantly fighting […] to restore [their] significance” (Brodsky 1994, 5). For the purposes of this study, we focus on the cases of the Kenyan novelist, Ngugi wa Thiong’o and of the Argentine-Chilean-American novelist and playwright, Ariel Dorfman. Both Ngugi and Dorfman have, in different ways, been forced out of their home countries, they have sought exile in the USA, and they have written and translated into (and out of) English throughout their lives. Our analysis of these two cases will use an adapted version of John Glad’s multidimensional model of the process of literary creation of exiled writers. By analyzing both these cases through an adapted version of Glad’s model, we hope to contribute to the discussion on self-translation and on exile as a fact that affects this activity directly and in different ways.
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