Pessoas que sofreram abuso sexual na infância ou adolescência carregam seqüelas emocionais provenientes do abuso, em diferentes graus. Este estudo teve como objetivo geral a análise de um processo terapêutico em grupo desenvolvido com adolescentes do sexo feminino, vítimas de abuso sexual intrafamiliar, visando diminuir seqüelas do abuso e melhorar seu repertório de enfrentamento. O processo de quinze sessões foi dividido em quatro fases, com objetivos específicos: (I) Preparação - dessensibilizar para facilitar a auto-exposição; (II) Revelação e exposição de sentimentos - facilitar a revelação do abuso sexual; (III) Aceitação - discutir a aceitação do abuso sexual e seu lugar na história de vida da pessoa; e (IV) Prevenção - facilitar a aprendizagem de comportamentos de autoproteção que impeçam a revitimização. Os resultados mostraram que exposições graduais ao tema feitas em grupo podem facilitar a revelação, a expressão de sentimentos e a aceitação do abuso na história de vida das participantes.
O presente estudo objetivou avaliar o efeito de um programa de capacitação para uso do Protocolo NICHD (National Institute of Child Health and Human Development). Trata-se de um instrumento desenvolvido com base em boas-práticas em entrevista investigativa e validado por estudos que demonstram sua eficácia em campo. O protocolo traz uma frequência maior de questões abertas diminuindo assim a sugestionabilidade. Participaram do estudo duas psicólogas e uma assistente social. Um programa de capacitação foi desenvolvido com quatro intervenções baseadas na literatura científica. O estudo teve como desenho experimental o delineamento de sujeito-único (A-B-C-D), no qual o comportamento de cada participante foi avaliado por meio de entrevistas investigativas realizadas entre cada intervenção do programa. Ao se analisar os dados de cada participante, observou-se melhora na qualidade das entrevistas realizadas, passando os participantes a utilizar mais perguntas abertas e menos questões fechadas. A média das questões utilizadas foram comparadas estatisticamente por meio da simulação de Monte Carlo e do teste ANOVAs de Friedman demonstrando significativamente a redução do uso de questões sugestivas. Ressalta-se a importância em se realizar um programa de capacitação que inclua aspectos teóricos e práticos e supervisões contínuas com a presença de feedback em cada entrevista realizada.
The aim of this study was to evaluate the levels of depression, anxiety, and posttraumatic stress of mothers who suffered intimate partner violence (IPV) as predictors of depression, anxiety, posttraumatic stress disorder, and internalizing and externalizing problems of their children. The study was performed with 30 women and their children (43), housed in a shelter in the south of Brazil. Mothers answered a questionnaire about sociodemographic data; the Child Behavior Checklist (CBCL) about the data of her children aged from 6 to 10 years; and the BDI-II, PCL-C, and BAI for the mothers. It was applied the youth self-report (YSR) for adolescent sons aged 11 to 18 years. The data were analyzed using simple linear regression. The women presented high levels of posttraumatic stress, depression, and anxiety, and their children had 23.3% of clinical and 25.6% borderline cases according to the total problem scale of CBCL/YSR. The association of anxiety and depression of the mothers with the symptoms indicated by the CBCL/YSR was observed. The impact of IPV on children has little visibility, and the data demonstrate the urgent need to provide interventions in the service network in primary, secondary, and tertiary prevention to women victims of IPV and their children.
Essa pesquisa avaliou laudos elaborados por psicólogos do judiciário, nas demandas com alegações de abuso sexual intrafamiliar, sem a comprovação de conjunção carnal. Foram selecionadas 20 demandas, compostas por 8 ações de Destituição de Poder Familiar e 12 de Medidas de Proteção, as quais tramitavam perante a Vara de Infância e Juventude, de uma Comarca do sul do Brasil, integrada pela Defensoria Pública. Os autos foram categorizados da seguinte forma: gênero da vítima; idade da vítima; suposto abusador; breve relato dos fatos; oitiva da criança e adolescente pelo psicólogo do judiciário; realização de laudo psicológico antes da decisão liminar; quantidade de laudos psicológicos constantes nos autos; intervenção de perito nomeado e decisão judicial amparada no laudo. Os laudos psicológicos foram submetidos ao programa Iramuteq para análise qualitativa. Observou-se que o laudo realizado pelo Psicólogo do Judiciário é considerado prova pericial e serve de subsídio à decisão judicial, embora limitado, em sua grande maioria, à transcrição de forma técnica do relato dos envolvidos sobre o fato, obtidos tão somente pela entrevista.
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