No Vale de antigas eras, de águas claras e negras, Paraibuna, Paraitinga, nasci. Dar o meu destino de luzes e sombras, alvas e escuras lendas. Faltava o índio: Puris, Guarulhos, Maramomis. Rolei a trilha dos Guaianás, de Cunha a Parati. Segui a rota dos Tamoios, saltei veredas de índios, de Taubaté aos Campos de cana, na direção do mar, como é caminho de rio.Pelas linhas sinuosas de minhas curvas caprichosas, os sertanistas buscaram Minas. Às duas margens plantaram: "Lagoa dos jacarés" -Jacareí, Taubaté! "aldeia principal", Guará das "garças brancas",
Neste trabalho apresenta-se uma descrição e análise iniciais de ‘Marcadores Discursivos’ (MDs) do português falado no Libolo (PLB), uma subvariedade do português falado em Angola. Os dados selecionados para a análise são parte do acervo do Projeto Libolo e os dados selecionados do chamado Corpus 1, especificamente, integram um projeto de pesquisa de corpora orais para o estudo da fala espontânea chamado de C-Oral-Angola (em construção). O estudo de MDs no PLB é orientado pela teoria L-AcT que propõe que o fluxo da fala só pode ser propriamente analisado se for segmentado em enunciados (atos de fala) e unidades tonais (que correspondem a unidades de informação) que são guiados por parâmetros prosódicos. Dessa forma, é possível a identificação de MDs que correspondem a unidades de informação dialógica e que carregam funções diferentes por estarem submetidos a condições prosódicas distintas – ver, entre outros, Moneglia e Raso (2014, p. 469), Raso (2014, p. 411). Assim, neste trabalho, a partir de critérios prosódico-pragmáticos, são descritos e analisados os MDs tás a ver, eh pa, ya e Júlia que atestam as seguintes funções: ‘Conativa’ (CNT), ‘Expressiva’ (EXP), ‘Fática’ (PHA) e ‘Alocutiva’ (ALL). MDs ‘alocutivos’ pertencem à categoria chamada de ‘vocativos’, que não são analisados como MDs em estudos fora da L-AcT. No trabalho, a ocorrência do MD ya na fala do português de Angola, e especificamente na fala do Libolo, é creditada ao contato linguístico entre falantes de português angolano e falantes de alemão.
No ano do centenário da obra de Amadeu Amaral sobre o Português caipira, neste trabalho revisitamos um conjunto de propostas acerca do /r/ retroflexo, conhecido como “r-caipira”, a fim de, por meio de uma convergência de hipóteses, apresentarmos a proposta de que o /r/ retroflexo falado no interior de São Paulo aponta para uma possível “interferência” da Língua Geral de São Paulo nessa variedade de Português.
Nosso objetivo é ratificar a análise parcial sugerida por Andrade (2015a) de que, um conjunto de dados que atestam o “onde” não interrogativo no português falado no Libolo/Angola (PLb) não introduz sentenças relativas, mas sim sentenças com categoria sintático-discursiva. A fim de corroborar nossa análise, nós nos apoiamos em alguns estudos sobre o caboverdiano, variedade de São Nicolau (CSN), desenvolvidos dentro do modelo de interface fonológico-sintático. Nossa conclusão é a de que sentenças com “onde” não interrogativo no PLb, e que sempre são seguidos por “é que”, podem estar envolvidas pelo conceito de “highlighter”, um marcador sintático-discursivo. A comparação entre o PLb e o CSN, desenvolvida no trabalho, é feita entre “línguas reestruturadas” (no sentido de Holm, 2004): (i) o PLb, considerada uma língua “parcialmente reestruturada” – ver, entre outros, Figueiredo e Santos (2014); (ii) o CSN, considerada uma língua “completamente reestruturada” – ver, entre outros, Zanoli (2015).
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