O objetivo deste estudo foi descrever fatores associados ao aumento nas taxas de cesariana em um hospital universitário de 2002 e 2004, explorando a contribuição de fatores médicos e não-médicos para este aumento. Um estudo transversal investigou 2.905 partos ocorridos nos anos de 2002 (1.441) e 2004 (1.464). Diferenças nas razões de prevalência ajustadas pela regressão de Poisson e risco atribuível percentual foram estimados para a associação de cesariana com fatores sócio-demográficos; clínicos e reprodutivos; e do parto, institucionais e da prática obstétrica. As taxas de cesariana aumentaram de 28,4% em 2002 para 36,7% em 2004. Escolaridade materna elevada, hora do parto, presença de patologia e maior freqüência ao pré-natal foram os fatores que representaram a contribuição mais expressiva para o excesso em 2004, quando comparado a 2002. O aumento nas taxas de cesariana ao se comparar os dois anos pode ser atribuído, pelo menos em parte, a um crescimento nas indicações relativas e condições não-médicas.
ResumoIntrodução: Não encontramos estudos avaliando o diagnóstico e a prevalência de depressão em pacientes hematológicos aqui no Brasil. Objetivo: Verificar a prevalência dos sintomas depressivos e quais deles mais se associam à depressão em pacientes internados com doenças hematológicas. Métodos: Num estudo transversal, 104 pacientes consecutivamente internados nos leitos da hematologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) foram avaliados. Foram preenchidos questionários de variáveis sociodemográficas e de história psiquiátrica. O índice Charlson de co-morbidade (IC) foi usado para medir gravidade física. Foi aplicado, também, o inventário Beck de depressão (BDI). Aqueles que tiveram pontuação acima de 9 na soma dos 13 primeiros itens do BDI (BDI-13) foram considerados deprimidos. Também foi verificada a freqüência caso fosse utilizada a escala completa com 21 itens (BDI-21), com ponto de corte 16/17. Resultados: As prevalências foram: BDI-13 = 25% e BDI-21 = 32,7%. Após controle para fatores de confusão, os sintomas que permaneceram no modelo da regressão logística, indicando que melhor detectavam os deprimidos, foram sensação de fracasso, anedonia, culpa e fadiga. Conclusão: Cerca de um quarto a um terço dos pacientes internados com doenças hematológicas tinham sintomas depressivos significativos, e os sintomas que melhor os discriminaram foram sensação de fracasso, anedonia, culpa e fadiga. Palavras-chave: sintomas depressivos, hematologia, pacientes internados, co-morbidade psiquiátrica, prevalência. AbstractIntroduction: We did not find studies evaluating diagnosis and prevalence of depression in patients with hematological diseases in Brazil. Objective: To verify the prevalence of depressive symptoms and to identify which of them better help discriminate hematological inpatients who are depressed. Methods: A transversal study was conducted with 104 inpatients consecutively admitted to the hematology ward of Hospital Universitário of Universidade Federal de Santa Catarina. Data on sociodemographic variables and history of psychiatric disorders were collected. The Charlson Comorbidity Index (CI) was used to measure medical comorbidity. Depressive symptoms were assessed using the Beck Depression Inventory (BDI). Those who scored above 9 in the sum of the first 13 items (BDI-13) were considered depressed. We also evaluated prevalence using all the 21 items (BDI-21), by means of a cut-off score of 16/17. Results: Prevalences were: BDI-13 = 25% and BDI-21 = 32.7%. After control for confounders, the symptoms that remained in the logistic regression model, indicating their ability to detect depressed patients, were sense of failure, anhedonia, guilt and fatigue. Conclusions: Around a quarter to a third of hematological inpatients had significant depressive symptoms and the ones that better discriminated depressed patients were sense of failure, anhedonia, guilt and fatigue.
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