Introdução: Atendimentos dermatológicos foram prejudicados pela pandemia da COVID-19, com diagnósticos atrasados e tratamentos interrompidos. Pacientes com câncer de pele, por exemplo, foram especialmente afetados, já que a progressão de lesões e o risco de metástase aumentam. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi analisar o impacto da pandemia da COVID-19 na realização de procedimentos cirúrgicos em dermatologia no Brasil. Metodologia: O estudo é retrospectivo, descritivo e quantitativo. Os dados foram obtidos a partir de registros do Sistema de Informações de Saúde (TABNET) do DATASUS. Foram analisadas “Pequenas cirurgias e cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa” entre os Procedimentos Hospitalares do SUS do período de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, sendo consideradas as variáveis Região e Caráter de Atendimento. Resultados: Foram realizadas 554.591 pequenas cirurgias e cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa entre 2016 e 2020 no Brasil. O Sudeste apresentou o maior número de registros (47,15%; n=261.477). No período de 2016 a 2019 houve um aumento de 16,44% nos procedimentos realizados, totalizando 130.099 em 2019. Entretanto, no ano de 2020 houve queda de 38,59% em relação a 2019, com 79.887 procedimentos. Ademais, em todos os anos predominou o caráter eletivo, totalizando 402.344 (72,5%). O aumento foi de 25,2% no período de 2016 a 2019, mas em comparação a 2019, houve uma redução de 44,9% em 2020. Discussão: A pandemia da COVID-19 reduziu o número de profissionais especializados atuantes nos ambulatórios, com o remanejamento da mão de obra e reestruturação do serviço para o atendimento aos infectados pela COVID-19, refletindo na redução de consultas e procedimentos, resultando no atraso do acompanhamento e resolução de doenças dermatológicas. Conclusão: Conclui-se, portanto, que o a realização de procedimentos dermatológicos foi fortemente influenciada pela pandemia da COVID-19, com efeito direto no funcionamento de serviços da especialidade.