RESUMO:A participação como eixo norteador das práticas sociais de educação ambiental coloca como necessidade a articulação de saberes e fazeres para responder às complexas questões socioambientais. Este artigo desenvolve uma reflexão crítica sobre as práticas socioambientais educativas de caráter coletivo e colaborativo, com dinâmicas abertas e vivenciais, que têm se revelado como processos importantes na produção de uma cultura de diá-logo, de participação, de mobilização e de potência de ação. Enfatizam-se as abordagens integradoras das relações entre as dimensões subjetivas e intersubjetivas e a possibilidade de estimularem a constituição de identidades coletivas e de comunidades em espaços de convivência. Isso abre caminhos para incrementar o potencial educativo de espaços dentro e fora da escola que podem se tornar contextos possíveis de diálogos democráticos, mediando experiências de diferentes sujeitos, protagonistas locais na construção de projetos de intervenção coletivos.Palavras-chave: Educação ambiental. Participação social. Mobilização.
tenente, o bombeiro, o soldado; a coordenadora da escola, o diretor, a professora, o professor, a merendeira, o inspetor de aluno; o pastor evangélico, o padre, o diretor do Centro Espírita; a enfermeira-chefe do Posto de Saúde, a agente comunitária, a agente de saúde, o coordenador do Centro de Zoonoses; o feirante que mora no bairro, o verdureiro, a artesã da Casa de Cultura, o professor de capoeira, o menino compositor de rap, o time de futebol do grêmio, as crianças que brincam na pracinha em frente à escola. São pessoas. Um esforço muitas vezes conflituoso, emocionalmente difícil em alguns momentos, pela indissociabilidade entre a pesquisadora acadêmica, a coordenadora do projeto Agenda 21 Escolar de Embu, objeto desta tese, e a pessoa, também sujeito da e na pesquisa. A pessoa,-autora e atora, pesquisadora e coordenadora-, precisou se questionar ao longo de todo o processo, questionar as teorias, os pressupostos; buscar o equilíbrio entre a subjetividade da pesquisadora e a objetividade da pesquisa. Reaprender, reavaliar para compreender os pressupostos que trazia, os préconceitos, confrontar constantemente a própria experiência de vida, acadêmica e cotidiana, que se fundiram durante essa vivência, buscando fazer valer, imprimir de fato, nas relações face a face, os princípios de educação, de ser humano e de mundo que eu, pesquisadora e educadora, pensava já ter assumido. Mas somente no confronto, na relação, na convivência pode-se ter uma noção de como é difícil, no cotidiano, "viver de fato o que se acredita, o que se prega". Não é um fenômeno que se elabora somente pela verbalização ou teorização, no universo dos livros e ambientes de discussão acadêmica, por mais que os esforços teóricos, imprescindíveis, nos auxiliem no processo de pesquisa. É preciso "estar lá", estar entre, na esfera do interhumano, do face-a-face, do um-ao-outro (BUBER, 2007). Muitos foram os momentos em que me senti exposta, como um ovo sem casca. A fragilidade do ser humano e do pesquisador assombram quando diante de outros seres humanos que nos questionam e querem saber de nós, os "doutores lá da universidade", qual a explicação, qual o caminho para "acertar as coisas"; "muita miséria, muita sujeira, muito sofrimento, está tudo fora de lugar!"; "olha, mas eu não tenho nem lixo pra jogar, eu preciso é catar, se não cato, nem dou de comer pros meus filhos!". Às vezes, apenas uma frase expressa durante um dos muitos encontros com professores ou com a comunidade, era suficiente para desestruturar, abalar, desencadear uma necessidade premente de novas buscas teóricas, nova leitura de autores que, com suas
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