TEMA: linguagem escrita e subjetividade no grupo fonoaudiológico. PROCEDIMENTOS: este relato de caso tem por objetivo analisar como sujeitos, que participam de um grupo fonoaudiológico, significam suas histórias com a linguagem escrita e como tal grupo pode constituir-se como um espaço para a ressignificação de tais histórias. O material do estudo clínico foi coletado a partir do atendimento grupal envolvendo nove adolescentes, inseridos no Ensino Fundamental da Rede Pública de Curitiba, encaminhados pela escola para tratamento fonoaudiológico, com queixa de distúrbio de leitura e escrita. Tal atendimento foi realizado, durante um ano, na Clínica Fonoaudiológica da Universidade Tuiuti do Paraná. Os encontros eram semanais, com duração de duas horas, totalizando 48 sessões. A coleta de dados foi realizada a partir de vídeo-gravações e do registro diário das sessões. Foram selecionados seis episódios considerados significativos para a análise da temática. RESULTADOS: a pesquisa indicou que os sujeitos estabeleciam uma relação de sofrimento com a escrita a partir da qual assumiam uma posição de incompetência em ler e escrever. A partir do processo terapêutico foi possível ressignificar as relações dos adolescentes com essa modalidade de linguagem, de forma que puderam assumir diferentes posições e um lugar de autoria e de interlocutor capaz. CONCLUSÃO: o grupo fonoaudiológico construiu-se como um espaço de troca para que os sujeitos estabelecessem uma relação significativa com a leitura e a escrita, propiciando condições fundamentais para a ressignificação dos sintomas e para a interação com diversos textos escritos, promovendo, assim, mudanças na relação do sujeito com sua linguagem.
OBJETIVO: investigar como os fonoaudiólogos, na prática clínica, têm utilizado as terminologias referentes às alterações fonéticas e/ou fonológicas, assim como discutir as bases teóricas que têm fundamentado as mudanças de nomenclatura. MÉTODOS: foi realizada uma pesquisa exploratória com 60 fonoaudiólogos a fim de coletar dados por meio de respostas às perguntas: Você faz diferença entre Dislalia, Distúrbio Articulatório e Desvio Fonológico? Se sim, qual a diferença? Os dados foram analisados descritivamente através de distribuições percentuais. Foram aplicados testes de significância para a diferença de proporções, utilizando-se o nível de significância de 5%. A análise qualitativa, feita a partir de uma perspectiva discursiva, promoveu a discussão das relações entre Fonética e Fonologia e suas implicações para as alterações fonético-fonológicas. RESULTADOS: quase metade dos fonoaudiólogos entrevistados (45%) assegurou não diferenciar as terminologias utilizadas para designar as alterações fonético-fonológicas ou não saber explicá-las. Os sujeitos que afirmaram diferenciar os três termos, de forma geral, forneceram explicações evasivas ou pouco coerentes para as terminologias. Tais resultados denunciam que a maioria dos sujeitos dessa pesquisa, em suas práticas fonoaudiológicas, apenas reproduz terminologias comumente utilizadas sem um saber mais aprofundado sobre o tema, refletindo o fosso ainda existente entre a teorização linguística e a prática clínica. Esta geralmente tem sido realizada à margem daquela. CONCLUSÃO: evidencia-se, com isso, que, embora muito já se tenha construído em termos de conhecimento científico, na prática, parte dos fonoaudiólogos ainda mantém o caráter tecnicista que fez parte da história da Fonoaudiologia.
Esta pesquisa apresenta e analisa, à luz de uma visão interacional e discursiva de linguagem, propostas de acompanhamentos clínicos, apresentados em manuais, destinados a sujeitos considerados disléxicos ou portadores de dificuldades de leitura e escrita. Reflete sobre a relação entre práticas tradicionais envolvidas com a aquisição da escrita desenvolvidas no contexto educacional e propostas - via manuais de acompanhamento clínico. Denunciamos que as mesmas tarefas mecânicas e descontextualizadas, desprovidas de sentido e sem função social, são reproduzidas tanto no ambiente escolar como no contexto clínico proposto nesses manuais. Ou seja, tanto em ações de cunho educacional quanto clínico, o desempenho lingüístico do aprendiz é cerceado pela artificialidade de métodos desenvolvidos segundo concepções fragmentadas de linguagem. Para superar esses equívocos, analisamos, em concordância com uma perspectiva social e discursiva de linguagem, o caso de uma criança tomada como portadora de um distúrbio, destacando textos por ela produzidos em situações instanciadas sobre diversos planos dialógicos. Essa análise, que se embasa na compreensão da singularidade do trajeto trilhado por esse sujeito no processo de aprendizagem da linguagem, possibilitou verificar que tal criança, contrariando o rótulo que lhe foi dado, é capaz de atuar sobre a linguagem, arriscando-se na construção de seu conhecimento, produzindo textos com coesão e coerência, bem como levantando diferentes hipóteses sobre os aspectos gráficos e convencionais da escrita. A partir dessa análise, levantamos algumas diferenças entre o trabalho com a escrita direcionado por uma perspectiva social e discursiva de linguagem e as práticas tradicionais de atividades com a escrita.
Resumo Este artigo, em formato de relato de pesquisa de base teórico-conceitual, objetiva discutir as relações entre a filosofia da linguagem de base marxista adotada pelo Círculo de Bakhtin e os princípios bakhtinianos sobre atividade humana, linguagem e os processos de enunciação; bem como identificar as contribuições deste diálogo para as práticas de ensino na alfabetização. Tais relações destacam a natureza social e ideológica dos signos linguísticos e a interação dialógica como realidade da linguagem. Disto se depreende a necessidade de práticas alfabetizadoras em contextos interdiscursivos que apostem em modos autorais de ensinar e de aprender, a partir de estratégias didáticas contextuais e diversificadas. Conclui-se que, no campo da alfabetização, faz-se necessário um posicionamento filosófico, político e ético que garanta uma unidade de princípios e não uma uniformidade de propostas, que possibilite a inclusão para a equidade social.
<p class="Ttulosimples">Este artigo tem por objetivo discutir as relações entre o currículo e as estratégias didático-pedagógicas para a implementação dos conteúdos, na formação em serviço dos professores, na alfabetização. Busca-se referências em estudos histórico-culturais e utiliza-se como metodologia uma investigação de base teórico-conceitual. Os resultados indicam que tal relação, na formação do professor, não precisa ser direcionada à eleição de um método de trabalho, mas sim de um conjunto de pressupostos e princípios que possam sustentar práticas contextuais, autorais, investigativas e diversificadas. Conclui-se que as questões didáticas precisam ser incorporadas à formação dos alfabetizadores como estratégias pedagógicas para o diálogo entre as diferentes culturas que se entrecruzam nas escolas.</p><p align="left"> </p>
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