INTRODUÇÃONas transformações em curso desde as últimas décadas do século XX, projeta-se o papel estratégico da informação e do conhecimento em diferentes dimensões da vida em sociedade. Um aspecto que é hoje objeto de crescente atenção nesse debate diz respeito à indissociabilidade entre as dinâmicas cognitiva, informacional, inovativa e socioespacial.Este artigo parte do reconhecimento de que a produção, a socialização e o uso de conhecimentos e informações, assim como a conversão destes em inovações, constituem processos socioculturais e que tais práticas e relações inscrevem-se no espaço e na própria produção do espaço, em suas várias escalas.Boa parte da literatura mais recente sublinha especifi camente a importância do conhecimento tácito como fonte de inovação e competitividade, bem como o papel das interações locais na produção e na difusão desse conhecimento (Lundvall, 2002;Patrucco, 2003;Albagli;. Daí a conexão entre esse debate e noções como as de capital social, territorialidade, redes, bem como das chamadas aglomerações produtivas -distritos industriais, clusters, milieux innovateurs, arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais.Há, no entanto, lacunas no sentido de se definirem e desenvolverem metodologias e instrumentos de pesquisa que demonstrem empiricamente a relevância dos fluxos locais de conhecimento para a inovação e que evidenciem os fatores socioespaciais que interferem nesses fluxos.Este artigo procura primeiramente evidenciar as dimensões espaciais e socioinstitucionais da produção e difusão de conhecimentos e inovações, com base na revisão e síntese interpretativa da literatura. Em seguida, indicam-se algumas pistas para o desenvolvimento de parâmetros e instrumentos de pesquisa empírica que permitam incorporar tais dimensões na análise da dinâmica inovativa local, particularmente no que tange à produção e ao compartilhamento de informações e conhecimentos. Nas considerações fi nais, sugere-se uma agenda de pesquisa que permita prosseguir no aprofundamento e elucidação das questões tratadas no trabalho.
No abstract
A revolução científico-tecnológica dos últimos vinte anos operou mudanças profundas e aceleradas nas formas de produzir e nas relações sociais que as acompanham. O objeto primordial da Sociologia, a mudança social, adquire complexidade cada vez maior e desafia os potenciais teóricos e metodológicos da disciplina. Esses processos atuais de mudança podem ser sintetizados na expressão "sociedade do conhecimento". A inovação (em seu sentido mais amplo, tecnológico e social) torna-se objeto-chave - tanto para a ciência social quanto para as políticas e estratégias de desenvolvimento. Se no estudo de processos de inovação a sociologia pode construir conceitos com alto poder explicativo para as especificidades de ambientes culturais e político-institucionais, constata-se que a maioria das pesquisas sobre inovação e desenvolvimento até agora realizadas no Brasil ainda não satisfaz as necessidades de compreensão e análise de processos de inovação. Este artigo expõe um conjunto de três fatores intimamente articulados que parecem estar restringindo a capacidade de análise e explicação desses processos, acompanhados por contrapontos estratégicos que visam a enriquecer e potencializar os estudos no campo da inovação.
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